Avançar para o conteúdo principal

H2GO: realizado o primeiro voo de drone com reator de hidrogénio


A H2GO Power desenvolveu reatores que mantêm o hidrogénio sólido e estável e sem grandes riscos de explosão. Além de só emitirem vapor de água, estes reatores têm uma potência que é o triplo da dos motores que funcionam com combustível fóssil

Enass Abo-Hamed foi para a Universidade de Cambridge tirar um doutoramento e acabou com um projeto de negócio nas mãos que promete transformar os meios de transporte e possivelmente até os gadgets do futuro. Durante os estudos na universidade britânica, a investigadora desenvolveu um reator capaz de armazenar hidrogénio em estado sólido de forma estável – que até poderá resistir a eventuais quedas de drone sem grandes perigos acrescidos. Por que é que é referido um drone neste texto? Porque Enass Abo-Hamed acaba de confirmar em Boston a viabilidade técnica dos reatores de hidrogénio durante testes realizados com um drone, na cidade de Boston, EUA. O projeto de negócio de Abo-Hamed já tem um nome: H2GO Power.

Numa reportagem da BBC, a equipa liderada pela investigadora Enass Abo-Hamed enaltece várias virtudes de uma nova geração de armazenamento de energia: além de apenas emitir vapor água, em vez de gases poluentes que resultam do uso de combustíveis fósseis, a tecnologia da H2GO Power tem a virtude de ser mais leve e garantir maior autonomia que as baterias de iões de lítio.

Nos testes levados a cabo nos EUA, foram usadas unidades energéticas desenvolvidas em parceria com a empresa Ballard.

Segundo os mentores da H2GO, os reatores de hidrogénio permitem produzir 39 KWh por quilograma. Estes valores superam largamente 13 KWh por quilograma de um motor que opera com querosene ou petróleo e também os 0,2 KWh por quilograma estimado para as baterias de iões de lítio.

Apesar destes ganhos auspiciosos o reator não representa grandes riscos para os utilizadores: segundo a mentora da H2GO Power a pressão existente num reator de hidrogénio é similar à de uma máquina de café. O que corresponde a um avanço técnico que eventualmente poderá para superar o receio e as restrições de segurança impostas nos diferentes países.

O reator de hidrogénio é descrito como um objeto leve e diminuto, que é composto de múltiplos de canais cilíndricos de alumínio, que foram impressos em 3D. Este reator distingue-se por aprisionar o hidrogénio em estado sólido – até que um líquido comparável a um “descongelante” entra em ação e o converte ao estado gasoso. Este hidrogénio é bombeado através de um catalisador para uma célula de combustível onde é combinado posteriormente com oxigénio para produzir energia necessária.

Na reportagem da BBC, já é possível ver o drone com reator de hidrogénio em ação. Enass Abo-Hamed garante que não se dá por satisfeita – e acredita que a tecnologia agora demonstrada poderá vir a ser usada dentro de 20 ou 30 anos para acabar com as emissões de dióxido de carbono na aviação.

http://exameinformatica.sapo.pt/noticias/mercados/2020-01-03-H2GO-realizado-o-primeiro-voo-de-drone-com-reator-de-hidrogenio

Comentários

Notícias mais vistas:

Diarreia legislativa

© DR  As mais de 150 alterações ao Código do Trabalho, no âmbito da Agenda para o Trabalho Digno, foram aprovadas esta sexta-feira pelo Parlamento, em votação final. O texto global apenas contou com os votos favoráveis da maioria absoluta socialista. PCP, BE e IL votaram contra, PSD, Chega, Livre e PAN abstiveram-se. Esta diarréia legislativa não só "passaram ao lado da concertação Social", como também "terão um profundo impacto negativo na competitividade das empresas nacionais, caso venham a ser implementadas Patrões vão falar com Marcelo para travar Agenda para o Trabalho Digno (dinheirovivo.pt)

OE2026: 10 medidas com impacto (in)direto na carteira dos portugueses

  O Governo entregou e apresentou a proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano, mas com poucas surpresas. As mudanças nos escalões de IRS já tinham sido anunciadas, bem como o aumento nas pensões. Ainda assim, há novidades nos impostos, alargamento de isenções, fim de contribuições extraordinárias e mais despesa com Defesa, 2026 vai ser “um ano orçamental exigente” e a margem disponível para deslizes está “próxima de zero”. A afirmação em jeito de aviso pertence ao ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, e foi proferida na  apresentação da proposta de Orçamento do Estado  para o próximo ano. O excedente é de cerca de 230 milhões de euros, pelo que se o país não quer voltar a entrar num défice, a margem para mais medidas é "próxima de zero". "Os números são o que são, se não tivéssemos os empréstimos do PRR não estaríamos a fazer alguns projetos", apontou, acrescentando que não vai discutir o mérito da decisão tomada relativamente à 'bazuca europ...

Governo altera regras de ISV para híbridos plug-in

  Híbridos plug-in vão continuar a pagar menos ISV, mas o Governo alterou as regras para evitar agravamento fiscal. Saiba o que está em causa. Atualmente, os  híbridos  plug-in  (que ligam à tomada) têm uma redução de 75% no ISV (Imposto Sobre Veículos), caso tenham uma autonomia mínima elétrica de 50 km e emissões de dióxido de carbono oficiais inferiores a 50 g/km. A partir de 2026, o Governo mantém a redução de 75% do ISV, mas vai aumentar o limite de 50 g/km de CO 2  para 80 g/km, de acordo com o que foi divulgado pela ACAP (Associação Automóvel de Portugal) ao  Expresso . © Volvo A razão para elevar o limite mínimo de emissões deve-se à entrada em vigor, a partir de janeiro de 2026, da norma Euro 6e-bis. Entre várias alterações, a norma vai alterar também a forma como são certificados os consumos e emissões dos híbridos  plug-in , refletindo melhor o uso real destes veículos. Resultado? A maioria dos valores de CO 2  homologados vão subir. Ca...