O gestor português António Esteves, um antigo quadro de topo do banco de investimentos Goldman Sachs, apresentou ao Governo e ao Banco de Portugal uma proposta de 15 mil milhões de euros para a aquisição dos créditos de risco dos bancos nacionais.
Esta proposta, que o próprio António Esteves confirma em declarações ao Público, foi apresentada há cerca de dois meses e estará a ser analisada pelo Banco de Portugal.
Neste processo, António Esteves é o rosto que surge à frente de um consórcio internacional que terá o apoio financeiro de um grande banco de investimento, conforme adianta o jornal.
O gestor não fala em concreto sobre a proposta apresentada ao BdP, mas salienta que os activos problemáticos da banca, que pesam sobre os balanços das instituições financeiras, serão comprados “ao valor do balanço, o que evita que tenham de registar uma perda aquando da venda”.
Os bancos portugueses têm cerca de 30 mil milhões de euros de crédito malparado, dos quais metade estão provisionados, segundo o Público. A proposta apresentada por António Esteves pode assim resolver o problema dos restantes 15 mil milhões de euros.
Para este valor global, e de acordo com dados do Público, o Novo Banco contribui com 4.250 milhões de euros de activos problemáticos; o BCP com 3.250 milhões; o Montepio com dois mil milhões e a Caixa Geral de Depósitos com quatro mil milhões de euros.
Contactado pela TSF a propósito desta proposta, o BdP não a aborda em concreto, mas salienta que tem recebido “contributos e respostas” no sentido da “redução dos impactos negativos sobre o sistema financeiro e a economia do peso excessivo dos activos não produtivos no balanço dos bancos”.
Quem é António Esteves?
António Esteves deixou o Goldman Sachs em Abril de 2016, depois de ter passado oito anos no banco e de se ter tornado, em 2012, “num dos mais jovens partners de sempre” da instituição, conforme noticiou na altura o Expresso. Um partner é um estatuto semelhante ao de um sócio de uma empresa.
Licenciado em Economia pela Universidade Católica, o nome de António Esteves foi apontado, em 2015, numa notícia do The Wall Street Journal, como um dos responsáveis pelo negócio que levou o Goldman Sachs a financiar o BES, já muito perto do colapso do banco nacional.
O Goldman Sachs acabou por emprestar 835 milhões de dólares ao banco nacional, em Julho de 2014, ou seja, cerca de um mês antes da resolução do BES. O valor da dívida que ficou por pagar ao banco norte-americano foi incluído no “banco mau” pelo governo português, numa medida que não agradou aos responsáveis do Goldman Sachs.
Neste negócio, está ainda envolvido o nome de José Luís Arnaut, antigo ministro de Durão Barroso, que foi contratado pelo Goldman Sachs em Janeiro de 2014.
http://zap.aeiou.pt/portugues-paga-15-mil-milhoes-euros-limpar-credito-malparado-146726
Esta proposta, que o próprio António Esteves confirma em declarações ao Público, foi apresentada há cerca de dois meses e estará a ser analisada pelo Banco de Portugal.
Neste processo, António Esteves é o rosto que surge à frente de um consórcio internacional que terá o apoio financeiro de um grande banco de investimento, conforme adianta o jornal.
O gestor não fala em concreto sobre a proposta apresentada ao BdP, mas salienta que os activos problemáticos da banca, que pesam sobre os balanços das instituições financeiras, serão comprados “ao valor do balanço, o que evita que tenham de registar uma perda aquando da venda”.
Os bancos portugueses têm cerca de 30 mil milhões de euros de crédito malparado, dos quais metade estão provisionados, segundo o Público. A proposta apresentada por António Esteves pode assim resolver o problema dos restantes 15 mil milhões de euros.
Para este valor global, e de acordo com dados do Público, o Novo Banco contribui com 4.250 milhões de euros de activos problemáticos; o BCP com 3.250 milhões; o Montepio com dois mil milhões e a Caixa Geral de Depósitos com quatro mil milhões de euros.
Contactado pela TSF a propósito desta proposta, o BdP não a aborda em concreto, mas salienta que tem recebido “contributos e respostas” no sentido da “redução dos impactos negativos sobre o sistema financeiro e a economia do peso excessivo dos activos não produtivos no balanço dos bancos”.
Quem é António Esteves?
António Esteves deixou o Goldman Sachs em Abril de 2016, depois de ter passado oito anos no banco e de se ter tornado, em 2012, “num dos mais jovens partners de sempre” da instituição, conforme noticiou na altura o Expresso. Um partner é um estatuto semelhante ao de um sócio de uma empresa.
Licenciado em Economia pela Universidade Católica, o nome de António Esteves foi apontado, em 2015, numa notícia do The Wall Street Journal, como um dos responsáveis pelo negócio que levou o Goldman Sachs a financiar o BES, já muito perto do colapso do banco nacional.
O Goldman Sachs acabou por emprestar 835 milhões de dólares ao banco nacional, em Julho de 2014, ou seja, cerca de um mês antes da resolução do BES. O valor da dívida que ficou por pagar ao banco norte-americano foi incluído no “banco mau” pelo governo português, numa medida que não agradou aos responsáveis do Goldman Sachs.
Neste negócio, está ainda envolvido o nome de José Luís Arnaut, antigo ministro de Durão Barroso, que foi contratado pelo Goldman Sachs em Janeiro de 2014.
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