Avançar para o conteúdo principal

Miguel Cadilhe: "Portugal devia reclamar benefícios alemães"

Cadilhe defende um plano completo e não setorial para reformar o Estado. A estratégia está num livro a publicar em breve

Miguel Cadilhe: "País devia reclamar benefícios alemães"

A dívida pública portuguesa andava na casa dos 65%do PIB há 125 anos, quando o JN foi fundado, estando este rácio agora em cerca de 120%. Miguel Cadilhe, ex-ministro das Finanças, começou por dar este exemplo para ilustrar o esforço árduo e longo que Portugal enfrentará para trazer as finanças públicas para os padrões europeus consagrados no Pacto de Estabilidade e Crescimento (dívida em 60% e défice em 3% do PIB).

Ora, Cadilhe considera que Portugal conseguirá pagar as suas dívidas, mas precisa de saber renegociar condições e, sobretudo, apresentar uma proposta sólida de estratégia nacional. O Governo deve esboçar um plano completo e não setorial para reformar o país. Cadilhe assenta a estratégia, plasmada num livro a editar proximamente, num triângulo em que o vértices são os seguintes: regrar as finanças públicas, fazer crescer a economia e reformar o Estado. "Um ponto essencial passa pela renegociação das taxas de juro e das maturidades dos empréstimos europeus [no âmbito do resgate]", afirmou, ontem, o economista durante a sua intervenção na conferência do JN, no edifício da Alfândega, no Porto.

"A taxa de juro dos empréstimos europeus está nos 3,2%, mas valia a pena indagar sobre o custo do 'funding' do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) e Mecanismo Europeu de Estabilidade Financeira (MEEF). Mas então estes fundos estão a ganhar dinheiro com Portugal? Há o risco do país mutuário, dizem-me os especialistas. É uma história mal contada, uma vez que é uma operação dentro da Zona Euro", sublinhou o ex-ministro das Finanças.

No plano da economia, real, lembrou que as empresas alemãs conseguem taxas de juro muito mais baixas do que as portuguesas. "Assim, não há união monetária", alertou Cadilhe. Lembrou ainda que as condições do empréstimo externo à Alemanha do pós-guerra foram muito favoráveis, tendo havido depois até um perdão de 62% do capital em dívida. "Não houve problema com o apoio financeiro às regiões da antiga RDA, após 1990. No entanto, Bruxelas aponta o dedo quando há ajudas do Estado português, um país em dificuldades", acrescentou.

Perfilhando a análise da revista "Economist", referiu que a Europa corre o risco de resolver o problema financeiro e entrar numa crise de desemprego perene. Portugal tem uma taxa de desemprego de quase 18%, enquanto que a Alemanha está nos 5,4%. "Mais preocupante é o desemprego jovem, com uma taxa de 42% em Portugal e 7,6% na Alemanha".


Em: http://www.dinheirovivo.pt/Economia/Artigo/CIECO164515.html?page=0

Comentários

Notícias mais vistas:

Um novo visitante interestelar está a caminho do nosso Sistema Solar

O cometa 3I/ATLAS é o terceiro  destes raros visitantes que oferece aos cientistas   uma rara oportunidade de estudar algo fora do nosso Sistema Solar. U m novo objeto vindo do espaço interestelar está a entrar no nosso Sistema Solar. É apenas o terceiro alguma vez detetado e, embora não represente perigo para a Terra, está a aproximar-se - e poderá ser o maior visitante extrassolar de sempre. A  NASA confirmou  esta quarta-feira a descoberta de um novo objeto interestelar que passará pelo nosso Sistema Solar. Não representa qualquer ameaça para a Terra, mas passará relativamente perto: dentro da órbita de Marte. Trata-se apenas do   terceiro objeto interestelar   alguma vez detetado pela humanidade. E este, além de estar a mover-se mais depressa do que os anteriores, poderá ser o maior. Um brilho vindo de Sagitário A 1 de julho, o telescópio  ATLAS (Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System) , instalado em Rio Hurtado, no Chile, registou um brilho...

A otimização de energia do Paquistão via mineração de bitcoin recebe 3 meses de teste após a rejeição parcial do FMI

  FMI rejeita parcialmente proposta do Paquistão para mineração de Bitcoin com eletricidade subsidiada O Fundo Monetário Internacional (FMI) recusou-se a endossar totalmente a proposta do Paquistão para uma tarifa de eletricidade subsidiada destinada a impulsionar operações de mineração de Bitcoin, segundo noticiou o portal local Lucro a 3 de julho. De acordo com o relatório, Fakhray Alam Irfan, presidente do Comité Permanente de Energia do Senado do Paquistão, revelou que o FMI aprovou apenas um período de alívio de três meses — metade dos seis meses inicialmente propostos — alegando riscos de distorção do mercado e pressão adicional sobre o já sobrecarregado setor energético do país. Esta rejeição parcial reflete o ceticismo mais amplo do FMI relativamente à adoção de criptomoedas a nível nacional. Alertas semelhantes foram dirigidos a outros países, como El Salvador, onde o FMI desaconselhou o envolvimento direto do governo na mineração e acumulação de Bitcoin. Importa referir ...

Largo dos 78.500€

  Políticamente Incorrecto O melhor amigo serve para estas coisas, ter uns trocos no meio dos livros para pagar o café e o pastel de nata na pastelaria da esquina a outros amigos 🎉 Joaquim Moreira É historicamente possível verificar que no seio do PS acontecem repetidas coincidências! Jose Carvalho Isto ... é só o que está á vista ... o resto bem Maior que está escondido só eles sabem. Vergonha de Des/governantes que temos no nosso País !!! Ana Paula E fica tudo em águas de bacalhau (20+) Facebook