Avançar para o conteúdo principal

Estado poupa 700 milhões com contratos swap

João Moreira Rato, presidente do IGCP revela que já foram fechados acordos com seis bancos e cancelados 36 contratos de empresas públicas

A renegociação dos contratos swap com a banca já garantiu ao Estado poupanças superiores a 700 milhões de euros, depois de terem sido fechados acordos com seis instituições financeiras e cancelados 36 contratos com empresas públicas. Os números atualizados foram ontem revelados pelo presidente do IGCP, João Moreira Rato, na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública.

“Até à data foram fechados acordos com seis instituições financeiras, que levaram ao cancelamento antecipado de 36 derivados”, garantiu Moreira Rato. Nos últimos meses, o Estado conseguiu reduzir em 205 milhões os juros futuros com contratos swap. Em paralelo, e apesar de só uma parte dos contratos ter sido renegociada, o IGCP cortou 718 milhões de euros às perdas potenciais, inicialmente estimadas em 3,3 mil milhões.

Os dois casos mais preocupantes são os do Metro do Porto e de Lisboa. Nestes dois há 6909 milhões em dívida acumulada e havia, antes da renegociação, 2129 milhões em perdas potenciais. Isto levou o Governo, no último trimestre de 2012, a tentar renegociar a maioria destes contratos, um processo que só terminou no princípio de maio. Apesar de já ter chegado a acordo com algumas instituições, dois bancos decidiram avançar para tribunal por não terem conseguido chegar a um acordo (ver caixa).

Apesar de salientar que o objetivo do instituto de gestão de crédito passa por “minimizar perdas e riscos potenciais de estrutura de derivados existentes nas empresas públicas”, João Moreira Rato admitiu que o IGCP tem “ganho dinheiro ao longo dos últimos anos com a cobertura de taxas de juro através de contratos de swap ”.

“O IGCP criou um grupo para fazer a avaliação e discussão com os bancos sobre as condições de encerramento das carteiras”, tendo sido constituídos quatro critérios na classificação das transações: a complexidade, a opacidade, a alavancagem/toxicidade e o day 1 pv (o custo inicial das transações no primeiro dia). O presidente do instituto que gere a dívida pública explicou que o IGCP só está mais ativo na parte da negociação e do apoio técnico e financeiro, estando a parte judicial a ser conduzida pelo Ministério das Finanças. “Nunca se fecha a porta da negociação e, à medida que há interesse dos bancos, o IGCP continuará essas negociações”.


Em: http://www.dinheirovivo.pt/Economia/Artigo/CIECO157657.html?page=0

Comentários

Notícias mais vistas:

Diarreia legislativa

© DR  As mais de 150 alterações ao Código do Trabalho, no âmbito da Agenda para o Trabalho Digno, foram aprovadas esta sexta-feira pelo Parlamento, em votação final. O texto global apenas contou com os votos favoráveis da maioria absoluta socialista. PCP, BE e IL votaram contra, PSD, Chega, Livre e PAN abstiveram-se. Esta diarréia legislativa não só "passaram ao lado da concertação Social", como também "terão um profundo impacto negativo na competitividade das empresas nacionais, caso venham a ser implementadas Patrões vão falar com Marcelo para travar Agenda para o Trabalho Digno (dinheirovivo.pt)

A Fusão Nuclear deu um rude golpe com o assassínio de Nuno Loureiro

“Como um todo, a fusão nuclear é uma área muito vasta. Não é a morte de um cientista que impedirá o progresso, mas é um abalo e uma enorme perda para a comunidade científica, Nuno Loureiro deu contributos muito importantes para a compreensão da turbulência em plasmas de fusão nuclear” diz Bruno Soares Gonçalves , presidente do Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear do IST . O que é a fusão nuclear e por que razão o cientista português do MIT assassinado nos EUA dizia que “mudará a História da humanidade” “Os próximos anos serão   emocionante s   para nós e para a fusão nuclear.  É o início de uma nova era” . As palavras são de Nuno Loureiro e foram escrit as em 2024 . A 1 de maio desse ano, o   cientista português   assumi a   a direção do Centro de Ciência e Fusão de Plasma (PSFC) , um dos maiores   laboratórios  do Massachussetts   Institute   of   Technology ( MIT) . A seu cargo tinha   250   investigadores , funcionário...

Os professores

 As últimas semanas têm sido agitadas nas escolas do ensino público, fruto das diversas greves desencadeadas por uma percentagem bastante elevada da classe de docentes. Várias têm sido as causas da contestação, nomeadamente o congelamento do tempo de serviço, o sistema de quotas para progressão na carreira e a baixa remuneração, mas há uma que é particularmente grave e sintomática da descredibilização do ensino pelo qual o Estado é o primeiro responsável, e que tem a ver com a gradual falta de autoridade dos professores. A minha geração cresceu a ter no professor uma referência, respeitando-o e temendo-o, consciente de que os nossos deslizes, tanto ao nível do estudo como do comportamento, teriam consequências bem gravosas na nossa progressão nos anos escolares. Hoje, os alunos, numa maioria demasiado considerável, não evidenciam qualquer tipo de respeito e deferência pelo seu professor e não acatam a sua autoridade, enfrentando-o sem nenhum receio. Esta realidade é uma das princip...