Crise, recessão e falta de acordo para cortar despesas a fundo são os maiores entraves à credibilidade deste regresso aos mercados
Portugal fez hoje a primeira emissão de dívida a dez anos desde que começou a aplicar o programa de ajustamento da troika, mas este episódio do regresso aos mercados, que o ministro das Finanças disse ser "um sucesso", poderá não ter sequência, avisa a Moody's.
Para esta agência de rating, que indignou muita gente em Portugal por ter sido a primeira a baixar a qualidade do crédito da economia para um nível considerado "lixo", "ainda vemos riscos para o regresso de Portugal aos mercados que emanam da Europa, principalmente do crescimento fraco ou da ausência dele, já que 70% das exportações de Portugal vão para outros países europeus", disse Kristin Lindow, a analista que segue o país, numa resposta enviada por email ao Dinheiro Vivo.
Para além disso, continua, "domesticamente, existem dificuldades potenciais em alcançar um acordo em torno de medidas substanciais(mais de 5 mil milhões de euros) de cortes orçamentais para completar a sétima revisão do programa".
Lindow recorda ainda que, apesar de o resultado do leilão de hoje ser "uma boa notícia", este "não foi uma surpresa" já que existem factores a ajudar. A agência enumerou dois: "o caso caótico do bailout do Chipre" e a flexibilização das metas de consolidação orçamental de Portugal "pela segunda vez desde setembro".
Esta emissão a dez anos "não significa que Portugal já tem acesso total aos mercados". "É a troika que irá decidir sobre este ponto em maio do próximo ano", se o programa de ajustamento termina ou não no final do primeiro semestre de 2014, como está calendarizado, avisa a economista.
Em: http://www.dinheirovivo.pt/Economia/Artigo/CIECO155468.html
Portugal fez hoje a primeira emissão de dívida a dez anos desde que começou a aplicar o programa de ajustamento da troika, mas este episódio do regresso aos mercados, que o ministro das Finanças disse ser "um sucesso", poderá não ter sequência, avisa a Moody's.
Para esta agência de rating, que indignou muita gente em Portugal por ter sido a primeira a baixar a qualidade do crédito da economia para um nível considerado "lixo", "ainda vemos riscos para o regresso de Portugal aos mercados que emanam da Europa, principalmente do crescimento fraco ou da ausência dele, já que 70% das exportações de Portugal vão para outros países europeus", disse Kristin Lindow, a analista que segue o país, numa resposta enviada por email ao Dinheiro Vivo.
Para além disso, continua, "domesticamente, existem dificuldades potenciais em alcançar um acordo em torno de medidas substanciais(mais de 5 mil milhões de euros) de cortes orçamentais para completar a sétima revisão do programa".
Lindow recorda ainda que, apesar de o resultado do leilão de hoje ser "uma boa notícia", este "não foi uma surpresa" já que existem factores a ajudar. A agência enumerou dois: "o caso caótico do bailout do Chipre" e a flexibilização das metas de consolidação orçamental de Portugal "pela segunda vez desde setembro".
Esta emissão a dez anos "não significa que Portugal já tem acesso total aos mercados". "É a troika que irá decidir sobre este ponto em maio do próximo ano", se o programa de ajustamento termina ou não no final do primeiro semestre de 2014, como está calendarizado, avisa a economista.
Em: http://www.dinheirovivo.pt/Economia/Artigo/CIECO155468.html
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