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Citigroup: Grécia, Portugal, Espanha e Chipre não conseguirão pagar dívida.

Grécia não será caso único, diz. Portugal, Espanha e Chipre também deverão ser obrigados a pedir um perdão de dívida

Economista-chefe do Citigroup defende reestruturação da dívida de bancos, famílias e países

William Buiter, economista do Citigroup

A solução para a crise na zona euro está numa reestruturação significativa de dívida. Num artigo hoje publicado no Financial Times, William Buiter, economista-chefe do Citigroup, defende uma solução coordenada para bancos, famílias e estados soberanos. Seria melhor opção, acrescenta, do que perpetuar a austeridade e o financiamento das economias com pacotes de resgate.


Os problemas que Buiter identifica:

- A recessão está a ser provocada por "um excesso de endividamento, excesso de dívida soberana e défices orçamentais na periferia, com um excessivo endividamento das famílias em muitos países".

- Não há garantia de que - mesmo que o processo de desalavancagem tenha sucesso e que o consumo interno expanda - haverá uma recuperação estável.

- Se os países que estão pressionados para reduzirem os seus défices "continuarem a espalhar austeridade", escreve Buiter, terão de os convencer os mercados para os financiarem ou pedirem mais financiamento à austeridade.

- Os eurobonds não serão utilizados, seja para resolver o problema do excesso de dívida ou para garantir o financiamento dos futuros défices orçamentais na periferia da Europa. "Isto implicaria mais união orçamental e há pouco apoio político para isto", escreve Buitter. O que poderá acontecer, continua, "é que a dívida dos periféricos que pediram programas de resgate poderá perpetuada num cupão sem data, prometendo pagar nada para sempre".


O que devia acontecer:

- A reestruturação de dívida soberana não ficará confinada à Grécia. "Chipre, Portugal e Espanha também estão em risco. Mesmo os credores de Itália estão ameaçados pela aparente inabilidade das instituições políticas em apresentarem reformas estruturais que estimulem o crescimento".

- Uma reestruturação atempada e preparada é preferível a mais austeridade e a novo financiamento. "A disrupção que seria criada [por esta reestruturação] seria minimizada através de uma acção coordenada e simultânea para reestruturar a dívida dos bancos, famílias e soberanos numa dimensão suficiente para convencer os mercados de que o exercício não seria repetido tão cedo", escreve Buitter.


Em: http://www.dinheirovivo.pt/Mercados/Artigo/CIECO155881.html?page=0

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