Avançar para o conteúdo principal

Reservas de Ouro só pagariam 8% da dívida pública

Solução podia aplicar-se a Portugal, cujas reservas são grandes. 90% das reservas estrangeiras são em ouro.

Mas Todo o ouro do Banco de Portugal só paga cerca de 8% do total da dívida pública

Depois do rumor de venda de ouro do Chipre para ajudar a pagar o resgate da Troika, o debate sobre se os países endividados devem ou não colocar o seu ouro no mercado para aliviarem parte do resgate está em cima da mesa.

De acordo com a Reuters, esta pode ser uma solução para os países endividados da zona euro. Entre, por exemplo, Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha há mais de 3.230 toneladas de ouro que valem mais de 125 mil milhões de euros, a preços atuais.

Apesar da quota de leão pertencer à Itália – 2.451,8 toneladas –, a verdade é que Portugal e Espanha também possuem reservas consideráveis. Aliás, em Portugal o ouro representa 90% das reservas estrangeiras, valendo, no caso de Itália, 72.2%. Em contraste, na Índia valem 10% do total.

Contudo, diz a Reuters, isto estaria longe de ser a “bala mágica”que resolveria os problemas da dívida. Por exemplo, em Itália as reservas de ouro valem 95 mil milhões de euros, face a uma dívida de 1.685 biliões.Em Portugal, o panorama não é muito melhor. De acordo com a Rádio Renascença, as reservas de ouro do Banco de Portugal valiam, no início do mês, 16.7 mil milhões de euros. O total da nossa dívida pública vai nos 200 mil milhões de euros.

Contudo, uma venda massiva também poderia ter o efeito colateral de baixar os preços, sendo que os mercados estão preocupados que o Chipre não seja caso único, avisa um negociante de ouro.
“É uma potencial mudança de jogo para o mercado”, acrescentou. “Dado que Portugal rejeitou grande parte do seu plano de austeridade e como eles têm 90% das reservas estrangeiras em ouro, isso significa que talvez lhe seja pedido para vender parte?”, interroga-se.


Nada pode ser feito sem autorização

Há barreiras à venda de ouro por parte dos bancos centrais para conseguirem alcançar as metas financeiras. O artigo 7º do Protocolo do Sistema Europeu de Bancos Centrais, que garante a independência dos bancos centrais do poder político, faz com que se o banco central não quiser vender o ouro, o poder político não o pode contrariar.

Em 2009, o Banco Central Europeu foi contra a proposta do governo italiano de cobrar 6% em ganhos de capital, na folha de balanços do seu banco central, onde se incluiam aparentemente participações de ouro.

O analista sénior da GFMS refere que o objetivo do Tratado prende-se com “assegurar o objetivo primário da política monetária que é a estabilidade dos preços”. E relembra: “O Bundesbank teve uma série de disputas com o Bundestag relativamente a esta questão e o banco ganhou sempre”, diz.

Desde 2009- quando a França vendeu 17.4 toneladas de ouro – não houve grandes vendas na zona euro, verificando-se apenas pequenas alienações, sobretudo para cunhagem de moeda.


Em : http://www.dinheirovivo.pt/Economia/Artigo/CIECO139597.html?page=0

Comentários

Notícias mais vistas:

Putin está "preocupado" com uma eventual Terceira Guerra Mundial mas avisa: "Toda a Ucrânia é nossa"

 "Russos e ucranianos são um só", entende o presidente da Rússia, que não procura uma capitulação total da Ucrânia, embora tenha um objetivo concreto em mente A Ucrânia faz parte da Rússia porque ucranianos e russos são uma e a mesma coisa. Este é o entendimento do presidente russo, Vladimir Putin, que não teve problemas em afirmá-lo esta sexta-feira. A partir do Fórum Económico Internacional de São Petersburgo, Vladimir Putin garantiu que não procura uma capitulação da Ucrânia, ainda que pretenda que Kiev reconheça a realidade da situação no terreno. “Não procuramos a capitulação da Ucrânia. Insistimos no reconhecimento da realidade que se desenvolveu no terreno”, acrescentou, sem concretizar totalmente o que isso significa. Mas já depois disso, e na confirmação de que pensa numa espécie de reedição da União Soviética, Vladimir Putin afirmou: “Russos e ucranianos são um só povo. Nesse sentido, toda a Ucrânia é nossa”. Apesar disso, e quase que numa aparente contradição, o pr...

Maria Luís Albuquerque: “Pensamos que os depósitos bancários são seguros, mas seguro é que perdemos dinheiro com eles”

Maria Luís Albuquerque, que neste momento tenta implementar a união de poupança e investimentos na Europa, volta a reforçar a importância da literacia financeira, e lembra que a estratégia europeia inscrita neste programa irá avançar no primeiro trimestre  Maria Luís Albuquerque, comissária europeia com a pasta dos Serviços Financeiros e Mercado de Capitais, reforça que esta é a hora de se avançar em conjunto a união de poupanças e investimento, salientado a importância de os investidores olharem além dos depósitos bancários, um dos instrumentos mais usados pelos portugueses na hora de investir. "Nós pensamos que os depósitos bancários são seguros, eu neste momento diria que é seguro que perdemos dinheiro. A percepção de risco é algo que tem de ser trabalhado. Lá chegaremos", disse a comissária na conferência anual da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). "Temos um pilar de investimento e financiamento, para canalizar poupanças privadas para investimentos pr...

Constância e Caima

  Fomos visitar Luís Vaz de Camões a Constância, ver a foz do Zêzere, e descobrimos que do outro lado do arvoredo estava escondida a Caima, Indústria de Celulose. https://www.youtube.com/watch?v=w4L07iwnI0M&list=PL7htBtEOa_bqy09z5TK-EW_D447F0qH1L&index=16