Rankings das escolas pela primeira vez trazem dados socioeconómicos
As escolas públicas voltaram a ficar afastadas dos 20 primeiros lugares das tabelas ordenadas com base nas médias dos exames nacionais e caíram até mais do que em 2011. A primeira secundária pública do ranking – a Infanta D. Maria, de Coimbra – aparece em 26.º lugar. No básico a primeira pública, Conservatório de Música do Porto, ficou em 32.º
Pelo terceiro ano consecutivo, na liderança de ambos os rankings estão dois colégios do Porto. Desta vez os primeiros lugares são ocupados pelos colégios Nossa Senhora do Rosário e Horizonte. No 6.º ano, que se estreia este ano nos rankings, os lugares de topo também estão ocupados por escolas particulares. A primeira pública aparece na 19.ª posição.
Pela primeira vez, este ano é possível ir mais além das notas. O Ministério da Educação e Ciência divulgou, em conjunto com as bases dos exames nacionais, outros dados que dão conta das características socioeconómicas dos agregados familiares dos alunos. Esta informação só existe para as escolas públicas do continente e diz respeito ao ano lectivo de 2010/2011.
Pelo menos 51% das escolas secundárias públicas ficaram, nos últimos exames nacionais, abaixo do que era esperado em função das características socioeconómicas dos seus alunos. Aconteceu o mesmo com 48% das escolas básicas.
O valor esperado para cada escola foi calculado para o PÚBLICO por uma equipa da Universidade Católica do Porto (UCP) liderada por Joaquim Azevedo, especialista em Educação e ex-secretário de Estado. Com base na habilitação média em anos de escolaridade dos pais dos alunos; das profissões só do pai e a percentagem de alunos por agrupamento ou escola isolada abrangidos pelo escalão A da Acção Social Escolar, as escolas foram agrupadas em quatro contextos, do mais desfavorecido ao que tem condições mais favoráveis.
Das 458 secundárias públicas com dados de contexto, 254 ficaram abaixo do seu valor esperado do contexto e 204 superaram-no. No básico, das 1055 também com informação socioeconómica, 537 não atingiram o seu limiar, mas 518 foram mais além. Entre estas últimas estão mais de 100 escolas inseridas no contexto mais desfavorecido. Duas das escolas que mais se superaram no secundário e no básico também pertencem a esta categoria.
Os novos dados divulgados pelo MEC permitem um outro olhar sobre as escolas. Por exemplo, fica-se a saber que em 350 agrupamentos e 34 escolas isoladas, mais de metade dos alunos do básico e secundário estão abrangidos pela acção social escolar, o que significa que as suas famílias têm rendimentos iguais ou abaixo de 400 euros por mês. Em dois destes agrupamentos 100% dos alunos do 4.º, 6.º e 9.º ano passaram.
O sucesso dos alunos depende mais do contexto ou da escola? As opiniões dividem-se.
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Em: http://www.publico.pt/Educa%C3%A7%C3%A3o/rankings-1567157
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