Avançar para o conteúdo principal

OE2013 é a Factura da Festa Socialista

Num discurso muito aplaudido pelas bancadas do PSD e do CDS-PP, o ministro da Economia disse esta quinta-feira na Assembleia da República que o Orçamento do Estado para 2013 é «a fatura do passado», «a fatura da festa da governação socialista».

«Todos sabemos e todos sentimos que estamos a viver a maior crise do último século. O Governo apresentou aquele que porventura será o Orçamento do Estado mais difícil dos últimos anos, mas que não haja dúvidas que este Orçamento é a fatura do passado», disse Álvaro Santos Pereira, num debate de interpelação do PCP ao Governo sobre «política alternativa para o país».

«É sabido que hoje o nosso maior ministério é o mega ministério da dívida. Todos os anos gastamos em juros da nossa dívida pública quase 8 mil milhões de euros - 8 mil milhões de euros que não são gastos na educação dos nossos filhos, nos hospitais, com os desempregados», frisou o ministro.

E acrescentou: «Nestas contas não estamos a contar os encargos da dívida das empresas públicas ou das parcerias público-privadas, nem estamos obviamente a contar a dívida tarifária do sistema elétrico com rendas e sobrecustos que aumentaram as nossas faturas da eletricidade».

Ora, reforçou, «esta fatura é a fatura da festa de governação socialista, festa para as concessionárias das PPP, festa para todos que viram subir os subsídios da energia, festa para quem usava o QREN para projetos eleitoralistas, para já não falar da festa da parque escolar». Aqui, o ministro arrancou os primeiros aplausos efusivos por parte dos deputados dos partidos da maioria.

«Foram, de facto, anos de festa e agora estamos todos, todos os portugueses, a pagar a fatura da vossa festa. É isto que está em causa, pagar agora e com juros os disparates do passado». Mais aplausos.

«Aliás, muitos dos que hoje clamam pelos cortes dos encargos com as PPP são os mesmo que criaram e fomentaram essas PPP. Fizeram-no com o simples propósito de ganhar eleições, sem se importarem com o terrível legado da dívida que nos deixaram. Muitos dos que se insurgem hoje contra as rendas da energia são os mesmos que as criaram, são os mesmos que assinaram os contratos milionários que protegeram os interesses de alguns» , contra «o interesse dos portugueses».

O ministro da Economia continuou a apontar o dedo ao PS: «Foram esses também que blindaram esses contratos. Os governos de então inauguraram estradas e autoestradas, barragens, projetos faraónicos sabendo que não pagariam um cêntimo. Sabendo que quem pagaria a fatura seriam os senhores que se seguem e principalmente os nossos filhos e as gerações futuras».

Santos Pereira foi ainda mais longe, ao dizer que «esses mesmos governos ainda angariaram receitas extraordinárias com essas barragens e com esses contratos milionários para poderem esconder os défices estruturais das contas públicas que tinham criado». De novo, aplausos. Apupos por parte da oposição.

«Os mesmos que nos conduziram à situação atual têm agora o desplante, a insensatez de nos dizer que o país está no buraco. É tempo de largar a pá e parar de cavar, é tempo de tapar o buraco, é isso que estamos a fazer, com grandes sacrifícios, sem pretensões eleitoralistas e com visão apra um futuro sem as amarras da dívida que atrofia todos os portugueses».

Referindo agora diretamente ao anterior governo, de José Sócrates, Santos Pereira disse que, «entre 2005 e 2011» houve «amplas oportunidades para preparar o país para uma crise que se avizinhava», mas, «o que fez? Enterrou a cabeça na areia e alegremente, de festa em festa, continuou a cavar o buraco.

Daí que «a nossa alternativa à irresponsabilidade dos últimos anos» foi «ter tido a coragem de implementar um conjunto de reformas que já deviam ter sido avançadas há muitos, muitos anos, de ter enfrentado lobbies e interesses instalados em setores protegidos durante demasiado tempo». «São reformas profundas sem paralelo nas últimas governações».

Em:
http://www.agenciafinanceira.iol.pt/economia/oe-oe2013-santos-pereira-orcamento-ministro-da-economia-austeridade/1384787-1730.html

Comentários

Notícias mais vistas:

Esta cidade tem casas à venda por 12.000 euros, procura empreendedores e dá cheques bebé de 1.000 euros. Melhor, fica a duas horas de Portugal

 Herreruela de Oropesa, uma pequena cidade em Espanha, a apenas duas horas de carro da fronteira com Portugal, está à procura de novos moradores para impulsionar sua economia e mercado de trabalho. Com apenas 317 habitantes, a cidade está inscrita no Projeto Holapueblo, uma iniciativa promovida pela Ikea, Redeia e AlmaNatura, que visa incentivar a chegada de novos residentes por meio do empreendedorismo. Para atrair interessados, a autarquia local oferece benefícios como arrendamento acessível, com valores médios entre 200 e 300 euros por mês. Além disso, a aquisição de imóveis na região varia entre 12.000 e 40.000 euros. Novas famílias podem beneficiar de incentivos financeiros, como um cheque bebé de 1.000 euros para cada novo nascimento e um vale-creche que cobre os custos da educação infantil. Além das vantagens para famílias, Herreruela de Oropesa promove incentivos fiscais para novos moradores, incluindo descontos no Imposto Predial e Territorial Urbano (IBI) e benefícios par...

"A NATO morreu porque não há vínculo transatlântico"

 O general Luís Valença Pinto considera que “neste momento a NATO morreu” uma vez que “não há vínculo transatlântico” entre a atual administração norte-americana de Donald Trump e as nações europeias, que devem fazer “um planeamento de Defesa”. “Na minha opinião, neste momento, a menos que as coisas mudem drasticamente, a NATO morreu, porque não há vínculo transatlântico. Como é que há vínculo transatlântico com uma pessoa que diz as coisas que o senhor Trump diz? Que o senhor Vance veio aqui à Europa dizer? O que o secretário da Defesa veio aqui à Europa dizer? Não há”, defendeu o general Valença Pinto. Em declarações à agência Lusa, o antigo chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, entre 2006 e 2011, considerou que, atualmente, ninguém “pode assumir como tranquilo” que o artigo 5.º do Tratado do Atlântico Norte – que estabelece que um ataque contra um dos países-membros da NATO é um ataque contra todos - “está lá para ser acionado”. Este é um dos dois artigos que o gener...

Armazenamento holográfico

 Esta técnica de armazenamento de alta capacidade pode ser uma das respostas para a crescente produção de dados a nível mundial Quando pensa em hologramas provavelmente associa o conceito a uma forma futurista de comunicação e que irá permitir uma maior proximidade entre pessoas através da internet. Mas o conceito de holograma (que na prática é uma técnica de registo de padrões de interferência de luz) permite que seja explorado noutros segmentos, como o do armazenamento de dados de alta capacidade. A ideia de criar unidades de armazenamento holográficas não é nova – o conceito surgiu na década de 1960 –, mas está a ganhar nova vida graças aos avanços tecnológicos feitos em áreas como os sensores de imagem, lasers e algoritmos de Inteligência Artificial. Como se guardam dados num holograma? Primeiro, a informação que queremos preservar é codificada numa imagem 2D. Depois, é emitido um raio laser que é passado por um divisor, que cria um feixe de referência (no seu estado original) ...