Medina Carreira diz que, em 2020, seriam precisos 120% dos impostos para pensões
O Estado social vai falir dentro de poucos anos. É o que prevê o antigo ministro das Finanças Henrique Medina Carreira.
Segundo os seus próprios cálculos, em 2020 seriam precisos 120% dos impostos para pensões.
«Prevejo dentro de alguns anos, não muitos, a falência do Estado social», disse o ministro das Finanças de um dos governos de Mário Soares, numa conferência sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2013 organizada pela sociedade de advogados Rogério Fernandes Ferreira (RFF), que decorreu esta segunda-feira em Lisboa.
«Em 1990 nós gastávamos com o estado Social 67% dos impostos, em 2000 eram 75% e em 2010 [gastávamos] 88%. Hoje, praticamente grande parte dos impostos é para o estado social. Toda a gente acha que a saúde tem que ser boa, que a educação tem que ser melhor, que os pensionistas não podem ser atingidos, que os funcionários têm um contrato com o Estado para a vida, é neste entalamento entre aquilo que as pessoas pensam e o que é a nossa realidade que reside o grande problema», explicou, citado pela Lusa.
Nas contas de Medina Carreira, a Segurança social afetava 73% das suas contribuições para o pagamento das suas pensões em 1990, 80% em 2000 e 104% em 2010.
Seguindo este raciocínio, «a projeção que eu fiz é que em 2020 seriam precisos 120 por cento dos impostos para assegurar as pensões» da Segurança Social.
O Governante aproveitou ainda para relembrar que em 1960 o Estado social custava 5% do Produto Interno Bruto (PIB), valor que subiu para 30% em 2010.
Recorde-se que na semana passada foi noticiado que os portugueses correm um sério risco de ficar sem reformas precisamente daqui a sete anos, pelo facto de as contas da Segurança Social entraram em queda livre e o sistema de previdência deverá entrar na «falência» já em 2020, dez anos antes do inicialmente previsto.
«Em Portugal só se ganham eleições com mentiras»
O antigo ministro das Finanças considerou ainda, na mesma conferência, que em Portugal «só se ganham eleições com mentiras» e que o problema nas contas públicas portuguesas não se vai resolver com receita de impostos.
«Em Portugal não se pode governar com base num programa eleitoral verdadeiramente, só se ganham eleições com mentiras. Mentiras que vêm escondidas em duzentas ou trezentas páginas que ninguém lê».
«Nós não vamos resolver o problema com impostos. Em [19]60 e [19]70 os impostos correspondiam grosso modo às despesas. A partir de [19]80 verifica-se que as colunas amarelas [impostos] são sempre mais pequenas que as lilases [despesa]».
Isto «demonstra que não era preciso grandes análises, nem grandes divagações».
Mais: a «cruzada para as contas públicas está destinada a um grande fracasso» e «tentar arrumar a casa à custa das despesas de capital e outras despesas correntes» está destinado ao fracasso, demonstrando gráficos onde estas despesas apresentam uma expressão diminuta face às despesas com pessoal e com prestações sociais do Estado.
Em:
http://www.agenciafinanceira.iol.pt/economia/medina-carreira-estado-social-pensoes-impostos-austeridade-crise/1385786-1730.html
O Estado social vai falir dentro de poucos anos. É o que prevê o antigo ministro das Finanças Henrique Medina Carreira.
Segundo os seus próprios cálculos, em 2020 seriam precisos 120% dos impostos para pensões.
«Prevejo dentro de alguns anos, não muitos, a falência do Estado social», disse o ministro das Finanças de um dos governos de Mário Soares, numa conferência sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2013 organizada pela sociedade de advogados Rogério Fernandes Ferreira (RFF), que decorreu esta segunda-feira em Lisboa.
«Em 1990 nós gastávamos com o estado Social 67% dos impostos, em 2000 eram 75% e em 2010 [gastávamos] 88%. Hoje, praticamente grande parte dos impostos é para o estado social. Toda a gente acha que a saúde tem que ser boa, que a educação tem que ser melhor, que os pensionistas não podem ser atingidos, que os funcionários têm um contrato com o Estado para a vida, é neste entalamento entre aquilo que as pessoas pensam e o que é a nossa realidade que reside o grande problema», explicou, citado pela Lusa.
Nas contas de Medina Carreira, a Segurança social afetava 73% das suas contribuições para o pagamento das suas pensões em 1990, 80% em 2000 e 104% em 2010.
Seguindo este raciocínio, «a projeção que eu fiz é que em 2020 seriam precisos 120 por cento dos impostos para assegurar as pensões» da Segurança Social.
O Governante aproveitou ainda para relembrar que em 1960 o Estado social custava 5% do Produto Interno Bruto (PIB), valor que subiu para 30% em 2010.
Recorde-se que na semana passada foi noticiado que os portugueses correm um sério risco de ficar sem reformas precisamente daqui a sete anos, pelo facto de as contas da Segurança Social entraram em queda livre e o sistema de previdência deverá entrar na «falência» já em 2020, dez anos antes do inicialmente previsto.
«Em Portugal só se ganham eleições com mentiras»
O antigo ministro das Finanças considerou ainda, na mesma conferência, que em Portugal «só se ganham eleições com mentiras» e que o problema nas contas públicas portuguesas não se vai resolver com receita de impostos.
«Em Portugal não se pode governar com base num programa eleitoral verdadeiramente, só se ganham eleições com mentiras. Mentiras que vêm escondidas em duzentas ou trezentas páginas que ninguém lê».
«Nós não vamos resolver o problema com impostos. Em [19]60 e [19]70 os impostos correspondiam grosso modo às despesas. A partir de [19]80 verifica-se que as colunas amarelas [impostos] são sempre mais pequenas que as lilases [despesa]».
Isto «demonstra que não era preciso grandes análises, nem grandes divagações».
Mais: a «cruzada para as contas públicas está destinada a um grande fracasso» e «tentar arrumar a casa à custa das despesas de capital e outras despesas correntes» está destinado ao fracasso, demonstrando gráficos onde estas despesas apresentam uma expressão diminuta face às despesas com pessoal e com prestações sociais do Estado.
Em:
http://www.agenciafinanceira.iol.pt/economia/medina-carreira-estado-social-pensoes-impostos-austeridade-crise/1385786-1730.html
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