O físico Nuno Loureiro foi morto a tiro, na terça-feira, em Boston, nos EUA. Ainda não há nenhum suspeito detido nem informações sobre as razões do homicídio. Português, que dirigia o laboratório do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), era casado e tinha três filhas.

A comunidade portuguesa de Boston, nos Estados Unidos da América (EUA) está em choque. O conceituado físico português Nuno Loureiro, de 47 anos, que dirigia o laboratório do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), foi assassinado a tiro em frente à sua casa, nos subúrbios da cidade, em Brookline, na noite de segunda-feira, 15 de dezembro.
Atingido por quatro balas, uma das quais de raspão, segundo o Boston Globe, o investigador ainda foi transportado para o hospital, mas acabou por não resistir aos ferimentos. O óbito foi declarado no Centro Médico Beth Israel Deaconess, já de manhã de terça-feira, 16 de dezembro.
A polícia local abriu de imediato uma investigação ao homicídio para apurar as circunstâncias do crime. Porém, até ao momento, não há notícias nem de suspeitos detidos, nem das razões que levaram ao violento assassinato.
A comunicação social norte-americana falou com vários vizinhos que relataram ter ouvido "disparos" e "estrondos altos", mas pouco mais adiantaram.
De acordo com a CBS News, as autoridades foram chamadas a casa do físico pelas 20h30, horas locais, menos cinco horas do que em Portugal Continental, onde era de madrugada.
O perfil de topo do físico de Viseu
Nuno Loureiro, que era natural de Viseu, casado e pai de três filhas, foi uma figura de destaque na comunidade científica internacional.
O seu percurso académico e profissional era notável. Antigo aluno do Instituto Superior Técnico (IST), onde foi investigador no Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear (IPFN), mudou-se para os EUA, em 2016.
Em 2024, alcançou uma posição de topo no Massachusetts Institute of Technology (MIT), um dos mais importantes laboratórios do mundo na sua área.
Formado em Engenharia Física Tecnológica pelo IST e doutorado em Física pelo Imperial College London, no Reino Unido, Nuno Loureiro não era só investigador e responsável do MIT, como também lecionava no instituto norte-americano.
No Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear, onde se tornou investigador em 2009, liderou o grupo de Teoria e Modelização.
Atualmente, no MIT, desenvolvia trabalho em física teórica e as suas aplicações em fusão nuclear.
Citado em 2024 pelo IST, Nuno Loureiro defendia que "a energia de fusão irá mudar o curso da história da humanidade".
Ao longo da sua carreira, o físico foi distinguido com importantes galardões nos Estados Unidos, incluindo o Prémio Carreira da Fundação Nacional de Ciência (NSF) em 2017 e, mais recentemente, em 2025, o Prémio Presidencial de Início de Carreira para Cientistas e Engenheiros, concedido pelo então Presidente Joe Biden.
Morte deixou comunidade académica (e não só) consternada
A notícia da morte de Nuno Loureiro está a gerar muita consternação, tanto em Portugal, como nos EUA, onde é lembrado com carinho e como um profissional de excelência.
O Instituto Superior Técnico (IST) emitiu uma nota de pesar, destacando Nuno Loureiro era "colega brilhante, com quem era um prazer científico e pessoal colaborar".
Por cá, também o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lembrou a "dedicação incansável" do físico à ciência.
"O professor universitário Nuno Loureiro distinguiu-se pelo seu rigor intelectual, pela dedicação incansável à ciência e pelo contributo relevante que deixou na área da física", escreveu o Chefe de Estado no site da Presidência da República.
Marcelo Rebelo de Sousa realçou que, "para além do mérito profissional, era reconhecido pelo seu espírito colaborativo, generosidade no partilhar de conhecimento e compromisso com o progresso científico".
A sua morte prematura representa uma perda irreparável para a ciência e para todos os que com ele trabalharam, e conviveram. Neste momento de dor, o Presidente da República expressa sentidas condolências à família, amigos, colegas e a toda a comunidade científica", destacou ainda o chefe de Estado português.
Na sua nota, Marcelo Rebelo de Sousa manifestou "profundo pesar" pela morte de Nuno Loureiro, sublinhando que "foi vítima de um ato de violência que chocou a comunidade académica e científica".
Já nos EUA, o MIT reagiu ao falecimento do seu diretor de laboratório. "Os nossos mais profundos sentimentos estão com a família, os alunos, os colegas e todos aqueles que estão de luto", disse o instituto, num comunicado, citado pelo The New York Times, onde também assegura que será dado todo o apoio psicológico necessário.
As condolências à família, amigos e colegas foram também expressas pelo Embaixador dos EUA em Portugal, John J. Arrigo, através do mesmo jornal.
"Honramos a sua vida, a sua liderança na ciência e as suas contribuições duradouras", afirmou o responsável.
Físico português morto nos EUA. Quem era Nuno Loureiro (e o que se sabe) - Notícias ao Minuto

Comentários
Enviar um comentário