O acionista maioritário assegura, em comunicado, que "tudo fará para preservar a capacidade operacional da empresa e os postos de trabalho". E lança farpas ao governo: "a Pasogal informa que considera o Estado Português responsável por esta situação já que, através do Ministro da Infraestruturas e Habitação, negou à Groundforce o Auxílio de Estado legalmente devido".
Alfredo Casimiro, presidente do conselho da administração da Groundforce © Alfredo Casimiro/Facebook
Após a declaração de insolvência da Groundforce por parte do Juízo de Comércio de Lisboa do Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa, a Pasogal - detida por Alfredo Casimiro e principal acionista da SPdH - Serviços Portugueses de Handling, conhecida como Groundforce - assume que a decisão judicial é "incompreensível" e vai recorrer para as instâncias superiores.
"A decisão é absolutamente incompreensível, já que decreta a insolvência de uma empresa que fatura mais de 100 milhões de euros, a pedido de um devedor (TAP) da Groundforce do valor de 4,6 milhões de euros e que, por isso, os pagou em 28 de julho de 2021. Ao aceitar o pedido de um devedor e não de um credor, o Tribunal abre um precedente que a Pasogal considera inaceitável e torna a própria decisão incompreensível. Por essa razão, pelo facto de a empresa não ter dívidas à Autoridade Tributária, Segurança Social ou a bancos, esta decisão deve ser objeto de recurso para um tribunal superior", diz em comunicado enviado às redações.
A empresa liderada por Alfredo Casimiro assegura que vai prestar toda a colaboração aos administradores judiciais que forem nomeados pelo tribunal. E garante que "com sentido de responsabilidade, tudo fará para preservar a capacidade operacional da empresa e os postos de trabalho, que não são colocados em causa de imediato com a declaração de insolvência". Mas aponta que "a liquidação da Groundforce é um desfecho possível. Se assim for, 2400 pessoas ficarão em situação de desemprego e a assistência em escala nos aeroportos portugueses estará comprometida".
A Pasogal remata lançando farpas diretas ao Estado. "A Pasogal informa que considera o Estado Português responsável por esta situação já que, através do Ministro da Infraestruturas e Habitação, negou à Groundforce o Auxílio de Estado legalmente devido, bem sabendo que a Groundforce reunia todos os requisitos que lhe permitiam beneficiar do mesmo, designadamente, apresentando todos os anos resultados positivos expressivos, ao contrário das demais empresas do Grupo TAP, que apenas sobrevivem com o dinheiro dos contribuintes".
Esta quarta-feira, 4 de agosto, e segundo a informação enviada pela TAP à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o tribunal considera a Groundforce insolvente, depois de, em maio, a companhia aérea ter dado entrada ao pedido de insolvência. "Tendo presente o comunicado divulgado no dia 10 de maio de 2021 sobre a apresentação pela TAP de requerimento para a declaração de insolvência da sociedade SPdH - Serviços Portugueses de Handling, S.A., também conhecida pela sua marca comercial Groundforce Portugal (a "SPdH"), na presente data foi proferida sentença de declaração de insolvência da SPdH no processo 11437/21.1T8LSB que corre termos no Juízo de Comércio de Lisboa do Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa - Juiz 2", informou a TAP em comunicado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Por Ana Laranjeiro em:
Comentário do Wilson:
Para quem segue a história recente das peripécias sofridas pela Groundforce fica evidente que o governo sempre teve a intenção de e Estado/TAP ficar dono da Groundforce sem ter que dar qualquer indeminização ao Alfredo Casimiro fazendo-lhe a vida negra para tornar a Grounforce insolvente e assim ficar com a fama de salvar a empresa que na verdade destruiu.
Os empresários portugueses são autênticos heróis e, como neste caso, mártires.
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