Avançar para o conteúdo principal

Presidente retira poderes ao Parlamento

A poucas horas de os deputados tomarem posse em Caracas, Nicolás Maduro voltou a atacar e retira ao Parlamento os poderes para nomear o presidente do Banco da Venezuela

O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acaba de promulgar uma revisão da Lei do Banco Central, que retira ao Parlamento o direito de ratificar o seu governador. E fê-lo em tempo recorde: anunciou a 30 de dezembro – último dia desta sessão legislativa – que o diploma iria ser alterado sem revelar em que sentido e esta terça-feira, a poucas horas de perder o controlo do Parlamento, o diploma foi publicado na “Gazeta Oficial”.

Recorde-se que o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), do Presidente Nicolás Maduro, fundado pelo falecido chefe de Estado Hugo Chávez, sofreu uma pesada derrota nas eleições legislativas de 6 de dezembro último, ganhas pela Mesa da Unidade Democrática (MUD) ao conquistar 112 dos 167 lugares que compõem o Parlamento. O MUD é uma aliança de forças da oposição formada em 2008 e que atualmente reúne cerca de trinta organizações políticas. A vitória alcançada, a primeira em 16 anos, deu-lhe uma maioria de dois terços que confere amplos poderes e marca uma viragem história.

A nova redação da Lei do Banco Central retira aos deputados a possibilidade de “ratificar pelo voto da maioria dos membros da Assembleia Nacional” o nome que venha a ser proposto para o lugar de governador, que passará a ser designado pelo Presidente Maduro “por um período de sete anos”.

A reforma deste diploma elimina ainda a possibilidade que a Assembleia Nacional tinha – por uma maioria de deputados – de designar os seis membros da administração, uma premissa que passa agora para o chefe do Governo. Até agora, o ministro das Finanças também estava impedido de fazer parte da administração do Banco da Venezuela, mas o novo diploma estabelece precisamente o contrário.

A instituição deixa ainda de estar impedida de conceder créditos diretos ao Governo mas só o poderá fazer “excecionalmente” – e não só ao Estado como a entidades públicas e privadas – “quando objetivamente exista uma ameaça à segurança interna ou externa ou outro risco para o interesse público”. Tal ameaça será identificada pelo chefe de Estado, com base numa “informação confidencial”, ou pelos membros da administração, por unanimidade.

PLANO DE EMERGÊNCIA ECONÓMICA
Esta segunda-feira, numa alocução ao país transmitida em simultâneo e de maneira obrigatória pelas rádios e televisões venezuelanas, Nicolás Maduro disse que estava a ultimar um plano de emergência económica que espera ver aprovado pelo novo Parlamento.

“A Venezuela necessita de um plano de emergência económica, de ativação e reativação, de reformulação da economia e de construção da economia local, regional e nacional, das grandes cadeias de valor, dos grandes motores”, disse.

“Estamos a elaborar planos específicos por rubricas, o plano do arroz, do leite, da carne, de artigos de limpeza, de consumo massivo e de necessidade popular, garantindo os planos financeiros”, frisou.

Segundo Nicolás Maduro, todos os venezuelanos devem assumir o “Plano Nacional de Recuperação Económica” para “decretar uma emergência nacional de carácter institucional para abordar os grandes temas da economia e levantar, um a um, os elementos fundamentais da produção, da distribuição, a comercialização e a regulação de preços”.


Em: http://expresso.sapo.pt/internacional/2016-01-05-Venezuela.-Maduro-passa-a-nomear-governador-do-banco-central

Comentários

Notícias mais vistas:

Motores a gasolina da BMW vão ter um pouco de motores Diesel

Os próximos motores a gasolina da BMW prometem menos consumos e emissões, mas mais potência, graças a uma tecnologia usada em motores Diesel. © BMW O fim anunciado dos motores a combustão parece ter sido grandemente exagerado — as novidades têm sido mais que muitas. É certo que a maioria delas são estratosféricas:  V12 ,  V16  e um  V8 biturbo capaz de fazer 10 000 rpm … As novidades não vão ficar por aí. Recentemente, demos a conhecer  uma nova geração de motores de quatro cilindros da Toyota,  com 1,5 l e 2,0 l de capacidade, que vão equipar inúmeros modelos do grupo dentro de poucos anos. Hoje damos a conhecer os planos da Fábrica de Motores da Baviera — a BMW. Recordamos que o construtor foi dos poucos que não marcou no calendário um «dia» para acabar com os motores de combustão interna. Pelo contrário, comprometeu-se a continuar a investir no seu desenvolvimento. O que está a BMW a desenvolver? Agora, graças ao registo de patentes (reveladas pela  Auto Motor und Sport ), sabemos o

Saiba como uma pasta de dentes pode evitar a reprovação na inspeção automóvel

 Uma pasta de dentes pode evitar a reprovação do seu veículo na inspeção automóvel e pode ajudá-lo a poupar centenas de euros O dia da inspeção automóvel é um dos momentos mais temidos pelos condutores e há quem vá juntando algumas poupanças ao longo do ano para prevenir qualquer eventualidade. Os proprietários dos veículos que registam anomalias graves na inspeção já sabem que terão de pagar um valor avultado, mas há carros que reprovam na inspeção por força de pequenos problemas que podem ser resolvidos através de receitas caseiras, ajudando-o a poupar centenas de euros. São vários os carros que circulam na estrada com os faróis baços. A elevada exposição ao sol, as chuvas, as poeiras e a poluição são os principais fatores que contribuem para que os faróis dos automóveis fiquem amarelados. Para além de conferirem ao veículo um aspeto descuidado e envelhecido, podem pôr em causa a visibilidade durante a noite e comprometer a sua segurança. É devido a este último fator que os faróis ba

A falsa promessa dos híbridos plug-in

  Os veículos híbridos plug-in (PHEV) consomem mais combustível e emitem mais dióxido de carbono do que inicialmente previsto. Dados recolhidos por mais de 600 mil dispositivos em carros e carrinhas novos revelam um cenário real desfasado dos resultados padronizados obtidos em laboratório. À medida que as políticas da União Europeia se viram para alternativas de mobilidade suave e mais verde, impõe-se a questão: os veículos híbridos são, realmente, melhores para o ambiente? Por  Inês Moura Pinto No caminho para a neutralidade climática na União Europeia (UE) - apontada para 2050 - o Pacto Ecológico Europeu exige uma redução em 90% da emissão de Gases com Efeito de Estufa (GEE) dos transportes, em comparação com os valores de 1990. Neste momento, os transportes são responsáveis por cerca de um quinto destas emissões na UE. E dentro desta fração, cerca de 70% devem-se a veículos leves (de passageiros e comerciais). Uma das ferramentas para atingir esta meta é a regulação da emissão de di