Avançar para o conteúdo principal

Motor elétrico de plástico pode ajudar carros elétricos a reduzir o peso


Imagem motor elétrico que pode vir a ser de plástico


Provavelmente o futuro terá carros elétricos mais rápidos e com mais autonomia. Certamente a evolução passará por motores melhores e mais económicos. Contudo, em boa parte, essa evolução passará pelo ganho na utilização de melhores materiais no fabrico dos componentes. Desenvolver um motor elétrico de plástico pode seguramente ser um passo certeiros para disponibilizar mais quilómetros com a mesma carga de bateria.

Foi apresentado um projeto que visa apostar no plástico para desenvolver um motor mais leve, mas sobretudo mais barato.

Motores poderão ser mais eficientes se forem de plástico
Massa, aerodinâmica e eficiência motriz são os três pilares para um veículo de motor de combustão ser mais eficiente. Embora os carros elétricos já tenham o motor energeticamente mais eficiente alguma vez criado, ainda é procurada a eficiência no que toca ao preço.

Portanto, atualmente, para tornar os VEs mais eficientes a aposta passa por algo mais. Neste caso, vemos uma preocupação a desenhar melhor os puxadores das portas, os espelhos retrovisores, a frente, as jantes e muitas outras partes do carro.

Curiosamente, uma dessas oportunidades foi encontrada no elemento mais improvável: o motor elétrico. E se o seu invólucro fosse feito de plástico em vez de metal?

Motores elétricos mais eficientes que motores térmicos
Este foi o desafio proposto na Alemanha pelo Instituto Fraunhofer de Tecnologia Química e pelo Instituto de Tecnologia de Karlsruhe.

Um motor elétrico consiste num rotor giratório e um estator estático. O estator contém as bobinas de cobre pelos quais a eletricidade flui – e é aí que a maioria das perdas elétricas ocorre.

Referiu Robert Maertens, investigador do Fraunhofer ICT. Maertens refere-se aos 10% das perdas que acontecem através do calor num motor elétrico. É por isso que os carros elétricos são tão eficientes: 90% da energia elétrica transforma-se em movimento, enquanto os melhores motores de combustão só podem transformar 40% da energia química contida nos combustíveis para funcionar.

Meta é o motor elétrico não perder praticamente nada
Desta forma, o projeto tem como meta resolver o problema dos 10% de perdas. Assim, para não sobreaquecer, estes motores apresentam um invólucro de metal que conduz o calor gerado para uma manga de resfriamento, também feita de metal.

No entanto, o motor Fraunhofer usa fios planos retangulares ao redor dos estatores em vez dos fios redondos usados atualmente. Isso economiza espaço para os canais de refrigeração próximos aos estatores.

Neste projeto otimizado, as perdas de calor podem ser dissipadas através do canal de refrigeração dentro do estator, eliminando a necessidade de transportar o calor através do invólucro de metal para uma manga de refrigeração externa.

Explicou o especialista, que também aponta outras vantagens, como menor inércia térmica, o que significa que pode arrefecer muito mais rápido e maior saída contínua, algo que não precisa de qualquer explicação. O rotor também possui uma solução de refrigeração neste projeto.

Novos plásticos termoendurecíveis reforçados com fibras
Esta maior eficiência de arrefecimento é o que permitiu aos investigadores construir o motor a partir do plástico. Melhor dizendo, a partir de plásticos termoendurecíveis reforçados com fibras.

Caixas de polímero são leves e mais fáceis de produzir do que caixas de alumínio. Também se prestam a geometrias complexas sem exigir pós-processamento, por isso fizemos algumas economias reais no peso e custos totais.

Rematou Maertens.

Segundo os especialistas, os protótipos levam apenas quatro minutos para serem construídos. E a produção em massa será relativamente fácil de alcançar. No que se refere ao processo de refrigeração, evita 80% dos 10% de perdas.

Desta forma, contas feitas, sozinho aumenta a eficiência do motor elétrico para 98 por cento. No entanto, os investigadores acreditam que podem fazer com que os 20 por cento restantes, ou 2 por cento das perdas totais, sejam ainda menores, otimizando o fluxo de refrigeração.

Se estes motores se mostrarem tão confiáveis ​​quanto os de carcaça metálica, em breve teremos veículos mais leves, mais baratos e mais eficientes. Aliás, é apenas uma questão de esperar que as baterias de estado sólido se tornem uma realidade. Combinando estas grandes inovações, iremos ter um salto quântico em relação aos carros elétricos. Em todos os aspetos.

https://pplware.sapo.pt/motores/motor-eletrico-de-plastico-pode-ajudar-carros-eletricos-a-reduzir-o-peso/

Comentários

  1. Aqui não diz mas com certeza que este novo tipo de motores será importantíssimo para drones e aviões eléctricos.

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Notícias mais vistas:

Esta cidade tem casas à venda por 12.000 euros, procura empreendedores e dá cheques bebé de 1.000 euros. Melhor, fica a duas horas de Portugal

 Herreruela de Oropesa, uma pequena cidade em Espanha, a apenas duas horas de carro da fronteira com Portugal, está à procura de novos moradores para impulsionar sua economia e mercado de trabalho. Com apenas 317 habitantes, a cidade está inscrita no Projeto Holapueblo, uma iniciativa promovida pela Ikea, Redeia e AlmaNatura, que visa incentivar a chegada de novos residentes por meio do empreendedorismo. Para atrair interessados, a autarquia local oferece benefícios como arrendamento acessível, com valores médios entre 200 e 300 euros por mês. Além disso, a aquisição de imóveis na região varia entre 12.000 e 40.000 euros. Novas famílias podem beneficiar de incentivos financeiros, como um cheque bebé de 1.000 euros para cada novo nascimento e um vale-creche que cobre os custos da educação infantil. Além das vantagens para famílias, Herreruela de Oropesa promove incentivos fiscais para novos moradores, incluindo descontos no Imposto Predial e Territorial Urbano (IBI) e benefícios par...

"A NATO morreu porque não há vínculo transatlântico"

 O general Luís Valença Pinto considera que “neste momento a NATO morreu” uma vez que “não há vínculo transatlântico” entre a atual administração norte-americana de Donald Trump e as nações europeias, que devem fazer “um planeamento de Defesa”. “Na minha opinião, neste momento, a menos que as coisas mudem drasticamente, a NATO morreu, porque não há vínculo transatlântico. Como é que há vínculo transatlântico com uma pessoa que diz as coisas que o senhor Trump diz? Que o senhor Vance veio aqui à Europa dizer? O que o secretário da Defesa veio aqui à Europa dizer? Não há”, defendeu o general Valença Pinto. Em declarações à agência Lusa, o antigo chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, entre 2006 e 2011, considerou que, atualmente, ninguém “pode assumir como tranquilo” que o artigo 5.º do Tratado do Atlântico Norte – que estabelece que um ataque contra um dos países-membros da NATO é um ataque contra todos - “está lá para ser acionado”. Este é um dos dois artigos que o gener...

Armazenamento holográfico

 Esta técnica de armazenamento de alta capacidade pode ser uma das respostas para a crescente produção de dados a nível mundial Quando pensa em hologramas provavelmente associa o conceito a uma forma futurista de comunicação e que irá permitir uma maior proximidade entre pessoas através da internet. Mas o conceito de holograma (que na prática é uma técnica de registo de padrões de interferência de luz) permite que seja explorado noutros segmentos, como o do armazenamento de dados de alta capacidade. A ideia de criar unidades de armazenamento holográficas não é nova – o conceito surgiu na década de 1960 –, mas está a ganhar nova vida graças aos avanços tecnológicos feitos em áreas como os sensores de imagem, lasers e algoritmos de Inteligência Artificial. Como se guardam dados num holograma? Primeiro, a informação que queremos preservar é codificada numa imagem 2D. Depois, é emitido um raio laser que é passado por um divisor, que cria um feixe de referência (no seu estado original) ...