Quase 50 mil alunos realizaram na segunda-feira o exame nacional de Matemática A. Descontente com a prova, a Sociedade Portuguesa de Matemática considerou o exame nacional “inadequado”, afirmando que a prova põe em causa a igualdade de acesso ao Ensino Superior.
Segundo a sociedade científica, a prova não colocou os alunos “em pé de igualdade” ao apresentar um enunciado único para dois currículos distintos da disciplina.
“A SPM considera não ter sido salvaguardado o interesse dos alunos por não terem sido elaboradas as duas provas que se impunham: uma para os alunos do atual programa e uma outra para os alunos repetentes, versando sobre o programa anterior”, explicou num comunicado citado pela Renascença.
A Sociedade Portuguesa de Matemática frisou ainda que “alertou com devido tempo para a inexequibilidade de uma prova única para ambos os grupos; é agora claro que a opção encontrada de apresentar itens em alternativa de acordo com cada um dos programas, antigo ou novo, se mostrou claramente inadequada, até em termos de critérios de correção”, defendeu a sociedade científica.
A prova de Matemática A deste ano tinha dois programas distintos num mesmo enunciado – o atualmente em vigor e o anterior a 2014. Para a SPM, eram necessários duas provas em separado, elaboradas de acordo com os conteúdos lecionados aos alunos de diferentes anos.
“No geral, esta prova não se adequa a nenhum dos dois programas nem tão pouco coloca todos os alunos em pé de igualdade”, defende a Sociedade, alertado que a prova pode criar uma “potencial injustiça” no acesso ao Ensino Superior.
“A SPM lamenta a situação criada para milhares de alunos e respetivos professores que, desta forma, não veem devidamente valorizados o trabalho e o esforço desenvolvidos durante três anos, tendo-se assim criado uma situação de incerteza e potencial injustiça em relação ao acesso ao ensino superior”, lê-se no comunicado.
Falta de informação e itens desequilibrados
A Sociedade criticou ainda o IAVE por não disponibilizar informação ao longo do ano letivo, limitando-se a “fornecer uma Informação Prova com contornos menos claros e que agora se verifica ter pouca correspondência com o exame”.
“Como consequência desta inédita falta de informação, os alunos – tanto do novo programa como do antigo – foram confrontados com uma prova que não traduz fielmente o trabalho realizado durante os três anos do ensino secundário”, aponta.
No comunicado lê-se ainda que “a tentativa de subordinar o enunciado a dois referenciais de avaliação distintos acabou por gerar itens desequilibrados, confusos e por vezes contraproducentes do ponto de vista pedagógico”.
A SPM ilustra que num exercício “os alunos do antigo programa poderiam responder a qualquer uma das alternativas apresentadas, ao passo que o novo programa apenas contempla uma delas”.
Segundo números do Júri Nacional de Exames, foram ontem a exame de Matemática A 44.707 alunos. Esta é uma das avaliações mais importantes para o acesso Superior, uma vez que é uma das provas de ingresso mais pedida pelas Universidades para aceder a cursos superiores científicos.
O desagrado da SPM surge depois da greve dos professores ter cancelado mais de 8 mil reuniões de avaliação, tendo deixado cerca de 36 mil alunos sem notas internas atribuídas. Também na semana passada, o secretário de Estado da Educação, João Costa, admitiu que a falta de notas pode condicionar o calendário de acesso ao Ensino Superior.
https://zap.aeiou.pt/exame-matematica-inadequado-potencial-de-injustica-acesso-superior-207647
Segundo a sociedade científica, a prova não colocou os alunos “em pé de igualdade” ao apresentar um enunciado único para dois currículos distintos da disciplina.
“A SPM considera não ter sido salvaguardado o interesse dos alunos por não terem sido elaboradas as duas provas que se impunham: uma para os alunos do atual programa e uma outra para os alunos repetentes, versando sobre o programa anterior”, explicou num comunicado citado pela Renascença.
A Sociedade Portuguesa de Matemática frisou ainda que “alertou com devido tempo para a inexequibilidade de uma prova única para ambos os grupos; é agora claro que a opção encontrada de apresentar itens em alternativa de acordo com cada um dos programas, antigo ou novo, se mostrou claramente inadequada, até em termos de critérios de correção”, defendeu a sociedade científica.
A prova de Matemática A deste ano tinha dois programas distintos num mesmo enunciado – o atualmente em vigor e o anterior a 2014. Para a SPM, eram necessários duas provas em separado, elaboradas de acordo com os conteúdos lecionados aos alunos de diferentes anos.
“No geral, esta prova não se adequa a nenhum dos dois programas nem tão pouco coloca todos os alunos em pé de igualdade”, defende a Sociedade, alertado que a prova pode criar uma “potencial injustiça” no acesso ao Ensino Superior.
“A SPM lamenta a situação criada para milhares de alunos e respetivos professores que, desta forma, não veem devidamente valorizados o trabalho e o esforço desenvolvidos durante três anos, tendo-se assim criado uma situação de incerteza e potencial injustiça em relação ao acesso ao ensino superior”, lê-se no comunicado.
Falta de informação e itens desequilibrados
A Sociedade criticou ainda o IAVE por não disponibilizar informação ao longo do ano letivo, limitando-se a “fornecer uma Informação Prova com contornos menos claros e que agora se verifica ter pouca correspondência com o exame”.
“Como consequência desta inédita falta de informação, os alunos – tanto do novo programa como do antigo – foram confrontados com uma prova que não traduz fielmente o trabalho realizado durante os três anos do ensino secundário”, aponta.
No comunicado lê-se ainda que “a tentativa de subordinar o enunciado a dois referenciais de avaliação distintos acabou por gerar itens desequilibrados, confusos e por vezes contraproducentes do ponto de vista pedagógico”.
A SPM ilustra que num exercício “os alunos do antigo programa poderiam responder a qualquer uma das alternativas apresentadas, ao passo que o novo programa apenas contempla uma delas”.
Segundo números do Júri Nacional de Exames, foram ontem a exame de Matemática A 44.707 alunos. Esta é uma das avaliações mais importantes para o acesso Superior, uma vez que é uma das provas de ingresso mais pedida pelas Universidades para aceder a cursos superiores científicos.
O desagrado da SPM surge depois da greve dos professores ter cancelado mais de 8 mil reuniões de avaliação, tendo deixado cerca de 36 mil alunos sem notas internas atribuídas. Também na semana passada, o secretário de Estado da Educação, João Costa, admitiu que a falta de notas pode condicionar o calendário de acesso ao Ensino Superior.
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