Avançar para o conteúdo principal

Venezuela: Líder opositor reafirma que continua um golpe de Estado

O ex-candidato presidencial venezuelano Henrique Capriles defendeu hoje o parlamento por iniciar um processo de distituição dos magistrados do Supremo Tribunal de Justiça que emitiram duas sentenças limitando e assumindo as funções parlamentares.

O líder opositor denunciou ainda que, apesar de as sentenças terem sido anuladas, "continua a haver um golpe de Estado na Venezuela".

"Os magistrados cometeram um delito e o Ministério Público deve punir que cometeu a falha. Não há que saber de direito para perceber que houve um golpe de Estado. O golpe continua porque não se devolveram todas as atribuições que correspondem à Assembleia Nacional (parlamento)", segundo um comunicado de Capriles distribuído em Caracas.

No documento, a que a agência Lusa teve acesso, Henrique Capriles, explica que "perante o golpe" de Estado, "os venezuelanos estão na obrigação de restituir o fio constitucional".

Por outro lado, explicou que a Assembleia Nacional, onde a oposição detém a maioria, "faz o correto ao iniciar (hoje, terça-feira) um procedimento para que estes magistrados assumam a sua responsabilidade".

"Nunca vimos um magistrado preocupado pela falta de alimento, nem de medicamentos. Nunca vimos o presidente do STJ a falar do desastre do funcionamento dos tribunais do país. Está em nós, os venezuelanos, ter um tribunal que defenda os interesses do povo e não de uma cúpula", afirma.

Segundo o líder opositor, o STJ "tem invadido, de maneira contínua as competências" do parlamento.

No comunicado, Capriles elogia a posição da Procuradora-Geral da Venezuela, Luísa Ortega Diaz, que na semana passada, denunciou que as recentes sentenças do STJ que ordenam ao Chefe de Estado limitar a imunidade parlamentar e em que aquele tribunal assume as funções do parlamento "evidenciam várias violações de ordem constitucional e desconhecimento do modelo de Estado".

"Oxalá outros sigam o caminho da atuação da procuradora. Que outras faixas do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido do Governo) pensem no povo venezuelano, e em que tudo deve estar dentro da Constituição", sublinha.

Por outro lado, acusa o defensor do povo (espécie de procurador popular), Tarek William Saab, de, em vez de defender as garantias do povo, estar a proteger a cúpula que governa.

"O defensor nunca se preocupou pela violência, pela fome, em exigir que os hospitais tenham materiais. Este senhor é mais um capanga do PSUV", conclui.

https://www.rtp.pt/noticias/mundo/venezuela-lider-opositor-reafirma-que-continua-um-golpe-de-estado_n992996

Comentários

Notícias mais vistas:

Constância e Caima

  Fomos visitar Luís Vaz de Camões a Constância, ver a foz do Zêzere, e descobrimos que do outro lado do arvoredo estava escondida a Caima, Indústria de Celulose. https://www.youtube.com/watch?v=w4L07iwnI0M&list=PL7htBtEOa_bqy09z5TK-EW_D447F0qH1L&index=16

Armazenamento holográfico

 Esta técnica de armazenamento de alta capacidade pode ser uma das respostas para a crescente produção de dados a nível mundial Quando pensa em hologramas provavelmente associa o conceito a uma forma futurista de comunicação e que irá permitir uma maior proximidade entre pessoas através da internet. Mas o conceito de holograma (que na prática é uma técnica de registo de padrões de interferência de luz) permite que seja explorado noutros segmentos, como o do armazenamento de dados de alta capacidade. A ideia de criar unidades de armazenamento holográficas não é nova – o conceito surgiu na década de 1960 –, mas está a ganhar nova vida graças aos avanços tecnológicos feitos em áreas como os sensores de imagem, lasers e algoritmos de Inteligência Artificial. Como se guardam dados num holograma? Primeiro, a informação que queremos preservar é codificada numa imagem 2D. Depois, é emitido um raio laser que é passado por um divisor, que cria um feixe de referência (no seu estado original) ...

TAP: quo vadis?

 É um erro estratégico abismal decidir subvencionar uma vez mais a TAP e afirmar que essa é a única solução para garantir a conectividade e o emprego na aviação, hotelaria e turismo no país. É mentira! Nos últimos 20 anos assistiu-se à falência de inúmeras companhias aéreas. 11 de Setembro, SARS, preço do petróleo, crise financeira, guerras e concorrência das companhias de baixo custo, entre tantos outros fatores externos, serviram de pano de fundo para algo que faz parte das vicissitudes de qualquer empresa: má gestão e falta de liquidez para enfrentar a mudança. Concentremo-nos em três casos europeus recentes de companhias ditas “de bandeira” que fecharam as portas e no que, de facto, aconteceu. Poucos meses após a falência da Swissair, em 2001, constatou-se um fenómeno curioso: um número elevado de salões de beleza (manicure, pedicure, cabeleireiros) abriram igualmente falência. A razão é simples, mas só mais tarde seria compreendida: muitos desses salões sustentavam-se das assi...