Avançar para o conteúdo principal

Mais um jornalista preso na Grécia

Mais um jornalista preso e outros 2 suspensos:

Dois jornalistas de uma popular emissão televisiva da manhã foram suspensos depois de fazerem comentários sobre o ministro do Interior, e um jornalista de uma emissora regional foi detido depois de ter ameaçado divulgar dados sobre acordos entre o Governo grego e a troika recolhidos pelo grupo de hackers-activistas Anonymous.

São os últimos casos de possíveis atropelos à liberdade de imprensa na Grécia.

Dois jornalistas de uma popular emissão televisiva da manhã foram suspensos depois de fazerem comentários sobre o ministro do Interior, e um jornalista de uma emissora regional foi detido depois de ter ameaçado divulgar dados sobre acordos entre o Governo grego e a troika recolhidos pelo grupo de hackers-activistas Anonymous.

Isto depois de um jornalista que divulgou uma lista de gregos com contas na Suíça ter sido detido e acusado por divulgar "dados privados".

O caso que mais polémica provocou foi o da lista, com muitos gregos a questionar como é possível que os titulares não tenham sido investigados por possível fuga aos impostos enquanto o jornalista foi prontamente detido e acusado por apenas divulgar os nomes dos clientes do banco suíço.

Mas o caso dos apresentadores também está a levantar ondas, e levou mesmo a uma paralisação de jornalistas na estação pública NET TV.

Marelina Katsami e Costas Arvantitis discutiam, todas as manhãs, com uma chávena de café à frente, a actualidade nacional e internacional, num estilo descontraído.

Na segunda-feira, entre vários assuntos, comentaram o facto de o ministro do Interior ter ameaçado processar o diário britânico The Guardian por difamação, por causa de um artigo denunciando maus-tratos da polícia a activistas de esquerda anti-Aurora Dourada (o grupo-partido de extrema direita). “Não processou?”, perguntou Arvanitis. “Não, porque as conclusões [de relatórios médicos] mostram que de facto é um crime”, respondeu Katsami. “Não se vai demitir?”, perguntou ele de novo. “Penso que não”, respondeu ela. “É difícil para ele. Ele é do mesmo sítio que tu, Corfu”, comentou o jornalista. “Sim, e é um homem sério”, retorquiu ela.

Horas depois, os dois foram informados de que no dia seguinte não iam apresentar o programa.

“Fomos muito críticos de outros ministros, de todos os partidos, e já houve queixas, mas isto é novo”, comentou Katsami ao Guardian. A jornalista nota que esta é uma de várias “coisas peculiares” a acontecer na emissora. “Em todo o lado, nos media, as pessoas estão a ser despedidas. Aqui estão a ser contratadas. O Governo quer pessoas que concordem com os seus pontos de vista, e querem contratar os amigos.”


Greve de protesto
Os jornalistas lançaram de imediato uma acção de protesto em apoio aos colegas com uma série de greves. Hoje foi decretada uma paralisação geral dos jornalistas, a segunda greve nos media deste mês.

Outro caso que teve menor repercussão foi o do jornalista Spiros Karatzaferis, que tem um programa numa televisão local, a Art TV, de Arta (ocidente da Grécia).

Segundo a agência italiana ANSA e o site Greek Reporter, Karatzaferis foi detido depois de ter ameaçado divulgar informação confidencial sobre as negociações entre a troika e o Governo, que lhe teriam sido passadas pelo grupo Anonymous.

Karatzaferis (irmão do líder do Laos, o partido de extrema-direita populista que esteve brevemente no governo liderado pelo tecnocrata Lucas Papademos) foi detido por uma acusação anterior de difamação por alegações contra os juízes gregos. Mas o jornalista diz que a detenção foi muito conveniente antes de ele divulgar as informações no seu programa nesse mesmo dia.

A Grécia tem, segundo os Repórteres Sem Fronteiras, o segundo pior lugar da União Europeia em termos de liberdade de imprensa, a seguir à Bulgária.

Por Maria João Guimarães Em:
http://www.publico.pt/Mundo/jornalistas-gregos-suspensos-por-critica-a-ministro-1569607

Comentários

Notícias mais vistas:

Constância e Caima

  Fomos visitar Luís Vaz de Camões a Constância, ver a foz do Zêzere, e descobrimos que do outro lado do arvoredo estava escondida a Caima, Indústria de Celulose. https://www.youtube.com/watch?v=w4L07iwnI0M&list=PL7htBtEOa_bqy09z5TK-EW_D447F0qH1L&index=16

Armazenamento holográfico

 Esta técnica de armazenamento de alta capacidade pode ser uma das respostas para a crescente produção de dados a nível mundial Quando pensa em hologramas provavelmente associa o conceito a uma forma futurista de comunicação e que irá permitir uma maior proximidade entre pessoas através da internet. Mas o conceito de holograma (que na prática é uma técnica de registo de padrões de interferência de luz) permite que seja explorado noutros segmentos, como o do armazenamento de dados de alta capacidade. A ideia de criar unidades de armazenamento holográficas não é nova – o conceito surgiu na década de 1960 –, mas está a ganhar nova vida graças aos avanços tecnológicos feitos em áreas como os sensores de imagem, lasers e algoritmos de Inteligência Artificial. Como se guardam dados num holograma? Primeiro, a informação que queremos preservar é codificada numa imagem 2D. Depois, é emitido um raio laser que é passado por um divisor, que cria um feixe de referência (no seu estado original) ...

TAP: quo vadis?

 É um erro estratégico abismal decidir subvencionar uma vez mais a TAP e afirmar que essa é a única solução para garantir a conectividade e o emprego na aviação, hotelaria e turismo no país. É mentira! Nos últimos 20 anos assistiu-se à falência de inúmeras companhias aéreas. 11 de Setembro, SARS, preço do petróleo, crise financeira, guerras e concorrência das companhias de baixo custo, entre tantos outros fatores externos, serviram de pano de fundo para algo que faz parte das vicissitudes de qualquer empresa: má gestão e falta de liquidez para enfrentar a mudança. Concentremo-nos em três casos europeus recentes de companhias ditas “de bandeira” que fecharam as portas e no que, de facto, aconteceu. Poucos meses após a falência da Swissair, em 2001, constatou-se um fenómeno curioso: um número elevado de salões de beleza (manicure, pedicure, cabeleireiros) abriram igualmente falência. A razão é simples, mas só mais tarde seria compreendida: muitos desses salões sustentavam-se das assi...