Avançar para o conteúdo principal

Partido de luso-venezuelana pede ao Supremo para travar novo processo de legalização política

O partido Nova Ordem Social apelou ao Supremo Tribunal de Justiça para um "amparo constitucional" contra o novo processo obrigatório de legalização das organizações políticas venezuelanas.

O partido Nova Ordem Social, presidido pela luso-descendente Venezuela Portuguesa da Silva, apelou hoje ao Supremo Tribunal de Justiça, em Caracas, para um “amparo constitucional” contra o novo processo obrigatório de legalização das organizações políticas venezuelanas.

“Exigimos a nulidade do regulamento de legalização dos partidos políticos, porque viola todas as liberdades de associação partidária”, explicou a luso-descendente, num comunicado enviado à agência Lusa.


Em causa está o processo de renovação da legalização dos partidos políticos venezuelanos, desencadeado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que é amplamente contestado pelas organizações opositoras e também por vários partidos minoritários que apoiam o Governo do Presidente Nicolás Maduro.

O processo, que obrigava os 59 partidos legais a reunir, em apenas dois dias, um sábado e um domingo, 195 mil assinaturas (1% dos eleitores recenseados), deveria ter-se iniciado a 18 de fevereiro último, mas entretanto foi adiado para depois do Carnaval.

Segundo Venezuela Portuguesa da Silva, trata-se de um processo “que tem como objetivo erradicar a dissidência e estabelecer um sistema de um só partido na Venezuela”.

“Por isso, convidamos os partidos que tentam ilegalizá-los, a juntar-se a este recurso jurídico, para travar esta violação dos nossos direitos, lutando todos juntos pela pouca democracia que fica no país”, explica a luso-venezuelana.

Por outro lado, sublinha que o NOS é uma organização política fundada há 10 anos, com representação a nível nacional, na Venezuela, e que é independente dos grandes polos em confronto no país.

“Não estamos adscritos na Mesa de Unidade Democrática (MUD), nem no Grande Polo Patriótico. Estamos aqui para lutar pela nossa pátria. Só pedimos que nos deixem continuar na luta política, como um partido que nunca tem feito negociações, nem vendido o seu nome”, adiantou.

Para o Nova Ordem Social (NOS), “a erradicação dos partidos” políticos leva à “destruição da democracia”, sendo “inaceitáveis as condições que o CNE impõe para a relegitimação de organizações “que representam o povo”

“No tempo regulamentar para a recolha de assinaturas não é possível fazer nada. São 14 horas divididas em dois dias e se alguém se inscrever em várias organizações políticas, a última [em que foi inscrito] é a que prevalece”, explica.

À exceção do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, no poder), as demais formações consideram impossível respeitar as exigências do CNE, que acusam de pretender que apenas o PSUV e um ou dois partidos da oposição continuem legais.

Os partidos da oposição alegam ainda que participaram nas últimas eleições, as legislativas de dezembro de 2015, na aliança Mesa de Unidade Democrática e que esse aspeto não está a ser levado em consideração.

Segundo o CNE, serão organizados 390 locais, a nível nacional, que funcionarão sete horas diárias e que disporão de aparelhos de autenticação biométrica.

http://observador.pt/2017/02/20/partido-de-luso-venezuelana-pede-ao-supremo-para-travar-novo-processo-de-legalizacao-politica/

Comentários

Notícias mais vistas:

Diarreia legislativa

© DR  As mais de 150 alterações ao Código do Trabalho, no âmbito da Agenda para o Trabalho Digno, foram aprovadas esta sexta-feira pelo Parlamento, em votação final. O texto global apenas contou com os votos favoráveis da maioria absoluta socialista. PCP, BE e IL votaram contra, PSD, Chega, Livre e PAN abstiveram-se. Esta diarréia legislativa não só "passaram ao lado da concertação Social", como também "terão um profundo impacto negativo na competitividade das empresas nacionais, caso venham a ser implementadas Patrões vão falar com Marcelo para travar Agenda para o Trabalho Digno (dinheirovivo.pt)

OE2026: 10 medidas com impacto (in)direto na carteira dos portugueses

  O Governo entregou e apresentou a proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano, mas com poucas surpresas. As mudanças nos escalões de IRS já tinham sido anunciadas, bem como o aumento nas pensões. Ainda assim, há novidades nos impostos, alargamento de isenções, fim de contribuições extraordinárias e mais despesa com Defesa, 2026 vai ser “um ano orçamental exigente” e a margem disponível para deslizes está “próxima de zero”. A afirmação em jeito de aviso pertence ao ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, e foi proferida na  apresentação da proposta de Orçamento do Estado  para o próximo ano. O excedente é de cerca de 230 milhões de euros, pelo que se o país não quer voltar a entrar num défice, a margem para mais medidas é "próxima de zero". "Os números são o que são, se não tivéssemos os empréstimos do PRR não estaríamos a fazer alguns projetos", apontou, acrescentando que não vai discutir o mérito da decisão tomada relativamente à 'bazuca europ...

Governo altera regras de ISV para híbridos plug-in

  Híbridos plug-in vão continuar a pagar menos ISV, mas o Governo alterou as regras para evitar agravamento fiscal. Saiba o que está em causa. Atualmente, os  híbridos  plug-in  (que ligam à tomada) têm uma redução de 75% no ISV (Imposto Sobre Veículos), caso tenham uma autonomia mínima elétrica de 50 km e emissões de dióxido de carbono oficiais inferiores a 50 g/km. A partir de 2026, o Governo mantém a redução de 75% do ISV, mas vai aumentar o limite de 50 g/km de CO 2  para 80 g/km, de acordo com o que foi divulgado pela ACAP (Associação Automóvel de Portugal) ao  Expresso . © Volvo A razão para elevar o limite mínimo de emissões deve-se à entrada em vigor, a partir de janeiro de 2026, da norma Euro 6e-bis. Entre várias alterações, a norma vai alterar também a forma como são certificados os consumos e emissões dos híbridos  plug-in , refletindo melhor o uso real destes veículos. Resultado? A maioria dos valores de CO 2  homologados vão subir. Ca...