O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, acusou hoje o Governo de querer "rapar o fundo ao tacho" em vez de fazer reformas, dizendo que essa é a estratégia no caso da Segurança Social e na relação com o Banco de Portugal (BdP).
No jantar de apresentação dos candidatos autárquicos em Almada, onde a ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque lidera a lista à Assembleia Municipal, Passos Coelho revelou que, em 2015, o seu executivo pediu ao governador do Banco de Portugal (BdP), Carlos Costa, uma análise sobre se esta instituição poderia "dar um contributo um bocadinho maior" das suas provisões para que Portugal ficasse abaixo do défice de 3% e assim sair do Procedimento por Défice Excessivo.
"O senhor governador, na altura, disse que não era possível, porque, de acordo com as suas matrizes de risco, era imprudente ao BdP fazê-lo", declarou, apontando, contudo, que em 2016 o Banco mudou as suas matrizes e "já não foi imprudente fazê-lo", permitindo ao Governo socialista ficar com mais dividendos".
O líder social-democrata sublinhou que o BdP ainda faz cerca de mil milhões de euros de provisões por ano e ironizou: "Há de ser meio ponto percentual do PIB. Isto para pagar a ausência de reformas é capaz de ser uma coisa interessante".
"A conversa é a mesma da Segurança Social, o que é preciso é ir rapar o fundo ao tacho, de forma a que se possa mudar o menos possível e depois fazer de conta que estava tudo bem", criticou, acusando o Governo de não querer fazer uma verdadeira reforma neste setor.
Sobre a Segurança Social, Passos Coelho alertou que "deitar dinheiro para cima de uma coisa que não se reforma é simplesmente gastar recursos de uma forma criminosa".
"É preciso discutir que modelo de reforma, o que o primeiro-ministro disse no parlamento foi o oposto: 'venham de lá as ideiazinhas, mas não nos falem em reformas'", criticou, referindo-se ao debate quinzenal desta tarde no parlamento.
Passos Coelho recuperou outro tema debatido hoje na Assembleia da República entre o primeiro-ministro e o líder parlamentar social-democrata, Luís Montenegro, os dados do desemprego.
"Quando nós olhamos para os dados do desemprego e vemos que o primeiro trimestre foi um trimestre positivo, choca-nos de alguma maneira ver o primeiro-ministro martelar os números de tal maneira que possam ser apresentados numa perspetiva que não é séria nem é honesta", lamentou.
Insistindo que o desemprego baixou de forma mais intensa em 2014 e 2015 do que em 2016, o líder do PSD acusou o Governo de querer "refazer a história à maneira soviética" e enalteceu os méritos da reforma laboral feita pelo seu executivo.
"Porque é que o Governo não reverte esta reforma? Se a conversa é que foi tudo mal feito, tem apoio no parlamento, o PCP e o BE estão lá e os seus apêndices", desafiou o primeiro-ministro.
Perante os militantes do PSD, Passos Coelho apontou as razões pelas quais considera que isso não será feito.
"Pela mesma razão porque não vai levar ao próximo Conselho Europeu ou ao Eurogrupo o relatório que apresentaram para reestruturar a dívida de Portugal. Encenam no país uma conversa mentirosa e perigosa para 'geringonça' ver, mas depois evidentemente fazem, senão o contrário, muito diferente daquilo que apregoam", afirmou.
Para o líder do PSD, o Governo olha para os portugueses como "ativos eleitorais" e lamentou que uma "agenda reformista não case com o PCP e o BE".
https://www.noticiasaominuto.com/politica/791675/governo-quer-rapar-o-fundo-ao-tacho-em-vez-de-fazer-reformas
No jantar de apresentação dos candidatos autárquicos em Almada, onde a ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque lidera a lista à Assembleia Municipal, Passos Coelho revelou que, em 2015, o seu executivo pediu ao governador do Banco de Portugal (BdP), Carlos Costa, uma análise sobre se esta instituição poderia "dar um contributo um bocadinho maior" das suas provisões para que Portugal ficasse abaixo do défice de 3% e assim sair do Procedimento por Défice Excessivo.
"O senhor governador, na altura, disse que não era possível, porque, de acordo com as suas matrizes de risco, era imprudente ao BdP fazê-lo", declarou, apontando, contudo, que em 2016 o Banco mudou as suas matrizes e "já não foi imprudente fazê-lo", permitindo ao Governo socialista ficar com mais dividendos".
O líder social-democrata sublinhou que o BdP ainda faz cerca de mil milhões de euros de provisões por ano e ironizou: "Há de ser meio ponto percentual do PIB. Isto para pagar a ausência de reformas é capaz de ser uma coisa interessante".
"A conversa é a mesma da Segurança Social, o que é preciso é ir rapar o fundo ao tacho, de forma a que se possa mudar o menos possível e depois fazer de conta que estava tudo bem", criticou, acusando o Governo de não querer fazer uma verdadeira reforma neste setor.
Sobre a Segurança Social, Passos Coelho alertou que "deitar dinheiro para cima de uma coisa que não se reforma é simplesmente gastar recursos de uma forma criminosa".
"É preciso discutir que modelo de reforma, o que o primeiro-ministro disse no parlamento foi o oposto: 'venham de lá as ideiazinhas, mas não nos falem em reformas'", criticou, referindo-se ao debate quinzenal desta tarde no parlamento.
Passos Coelho recuperou outro tema debatido hoje na Assembleia da República entre o primeiro-ministro e o líder parlamentar social-democrata, Luís Montenegro, os dados do desemprego.
"Quando nós olhamos para os dados do desemprego e vemos que o primeiro trimestre foi um trimestre positivo, choca-nos de alguma maneira ver o primeiro-ministro martelar os números de tal maneira que possam ser apresentados numa perspetiva que não é séria nem é honesta", lamentou.
Insistindo que o desemprego baixou de forma mais intensa em 2014 e 2015 do que em 2016, o líder do PSD acusou o Governo de querer "refazer a história à maneira soviética" e enalteceu os méritos da reforma laboral feita pelo seu executivo.
"Porque é que o Governo não reverte esta reforma? Se a conversa é que foi tudo mal feito, tem apoio no parlamento, o PCP e o BE estão lá e os seus apêndices", desafiou o primeiro-ministro.
Perante os militantes do PSD, Passos Coelho apontou as razões pelas quais considera que isso não será feito.
"Pela mesma razão porque não vai levar ao próximo Conselho Europeu ou ao Eurogrupo o relatório que apresentaram para reestruturar a dívida de Portugal. Encenam no país uma conversa mentirosa e perigosa para 'geringonça' ver, mas depois evidentemente fazem, senão o contrário, muito diferente daquilo que apregoam", afirmou.
Para o líder do PSD, o Governo olha para os portugueses como "ativos eleitorais" e lamentou que uma "agenda reformista não case com o PCP e o BE".
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