Avançar para o conteúdo principal

Maior apreensão de sempre de dinheiro estrangeiro no aeroporto de Lisboa

Maior apreensão de sempre de dinheiro estrangeiro no aeroporto de Lisboa

(Nota do Wilson: Veja os 2 comentários no final desta notícia)

Duas malas com cinco milhões de bolívares venezuelanos, cerca de 750 mil euros, foram apreendidas domingo. Autoridades suspeitam de fuga de capitais por parte de venezuelana.

Maior apreensão de sempre de dinheiro estrangeiro no aeroporto de Lisboa
Cinco milhões de bolívares venezuelanos, cerca de 750 mil euros, foram apreendidos pelos inspectores aduaneiros da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) no aeroporto de Lisboa no passado domingo, 6 de Dezembro. Trata-se da maior apreensão de dinheiro efectuada em 2015 no aeroporto da capital. O Ministério Público abriu um inquérito para investigar cidadã venezuelana que transportava o dinheiro estrangeiro em duas malas de viagens, revelou ao Económico fonte próxima à AT.

O dinheiro encontrava-se na posse de uma mulher venezuelana, com 45 anos, que embarcou, num voo da TAP, no dia 5 de Dezembro em Bogotá, capital da Colômbia, tendo declarado à saída os cinco milhões de bolívares venezuelanos. “É a maior apreensão de sempre de dinheiro estrangeiro. Muito distante de outra apreensão realizada este ano de cerca de 100 mil euros em dólares e kwanzas que eram transportados de Angola”, frisa a mesma fonte.

A suspeita da prática do crime de branqueamento de capitais e fuga de capitais tentou passar pelo canal verde (mercadoria não sujeita a declaração de valor até 10 mil euros) do controlo aduaneiro após recepção das bagagens. A cidadã venezuelana transportava duas malas apenas com bolívares venezuelanos e sem quaisquer outros objectos, mas as autoridades aduaneiras acabaram por efectuar a apreensão do dinheiro estrangeiro e abrir um auto de notícia que foi enviado para o Ministério Público.

As autoridades nacionais suspeitam de fuga de capitais da Venezuela, após as eleições parlamentares de 6 Dezembro neste país que deram a vitória ao Partido de Unidade Democrática. Nicolás Maduro, reconheceu a derrota da sua formação política, o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), pela primeira vez em 16 anos, nas eleições legislativas de Domingo.

A mesma fonte avança que o dinheiro transportado “é muito acima dos valor a partir do qual é considerado crime (acima de 50 mil euros) e não apenas uma mera contra-ordenação”, constituindo uma infracção fiscal ao abrigo do Regime Geral das Infracções Tributárias, além de a suspeita poder vir a ser acusada do crime de branqueamento de capitais ao abrigo do Código Penal.

A cidadã venezuelana tinha um amigo de nacionalidade portuguesa à sua espera no aeroporto de Lisboa. Este cidadão português já se dirigiu por diversas vezes aos serviços aduaneiros do aeroporto de Lisboa para tentar levantar o dinheiro apreendido, alegando que o Banco de Portugal não reconhece os bolívares venezuelanos, pelo que os cinco milhões retidos não teriam qualquer valor.

Um argumento que mereceu desconfiança das autoridades que prosseguirão a investigação para completo apuramento dos factos.



Missão das alfândegas estende-se à segurança dos circuitos económicos lícitos

Instado a comentar esta mega apreensão de dinheiro estrangeiro, António Castela, vice presidente da Associação dos Profissionais da Inspecção Tributária (APIT) afirmou ao Económico que “a missão das alfândegas vai para além da cobrança dos recursos próprios da UE e estende-se á segurança da sociedade e dos circuitos económicos lícitos e à prevenção e repressão da fraude, do crime fiscal e aduaneiro, e dos diversos tráficos ilícitos”. Este responsável frisa que o controlo dos fluxos de valores “é um desses aspectos da sua intervenção inspectiva diária”.

Segundo António Castela, sem querer comentar o caso em concreto, dado que ainda se encontra sob investigação, estas acções inspectivas decorrem das competências das alfândegas no quadro da gestão e segurança da fronteira externa da UE, em particular, da inspecção dos fluxos de capitais e da obrigatoriedade da declaração dos mesmos, quando superiores a 10 mil euros (na entrada e na saída do território aduaneiro da União).

“Pena é que os últimos governos (em particular desde 2009) tenham desinvestido nesta área, especialmente em matéria de recursos humanos e materiais”, critica o vice presidente da APIT, destacando aqui que não apenas o número de trabalhadores tem vindo a ser reduzido mas também o suporte legal das suas carreiras se encontra por rever.

“Estas acções, e os seus resultados de sucesso, resultam mais do conhecimento intrínseco destes trabalhadores e do seu elevado profissionalismo do que dos meios que lhe estão a ser colocados à disposição”, conclui.


Em: http://economico.sapo.pt/noticias/maior-apreensao-de-sempre-de-dinheiro-estrangeiro-no-aeroporto-de-lisboa_237201.html


Comentário de jj:

Esta noticia é no mínimo ridícula pois 5.000.000 de bolivares não tem qualquer cotação fora da Venezuela...para fazerem ideia o valor que o governo atribui ao cambio oficial é 1 € = 290 bs ...caso as pessoas conseguissem trocar bolivares por euros na Venezuela teríamos 17.241 € !!! mas o mais ridículo ainda é que neste momento ninguém consegue cambiar bolivares a não ser no mercado paralelo em Colombia e ai o valor é 1 € = 868 bolivares !! o que na realidade traduz que esta pobre senhora trouxe na bagagem apenas 5.760 € !!! , aconselho a os jornalistas a não publicarem noticias sem fazerem pesquisa para não caírem no ridículo....


Comentário do Wilson:

JJ tem toda a razão mas se me deres 1 Euro por cada 868 Bolívares vendo-te já os meus Bolívares pois a última cotação que tive foi de mais de mil Bolívares por cada USD$. Ou seja a pobre da mulher tinha menos de 5.000 Euros!

e a prova de que não foi às escondidas é que ela declarou os 5 milhões de Bolívares à saída do Aeroporto de Origem. onde dominava a língua.

Comentários

  1. JJ tem toda a razão mas se me deres 1 Euro por cada 868 Bolívares vendo-te já os meus Bolívares pois a última cotação que tive foi de mais de mil Bolívares por cada USD$. Ou seja a pobre da mulher tinha menos de 5.000 Euros!

    e a prova de que não foi às escondidas é que ela declarou os 5 milhões de Bolívares à saída do Aeroporto de Origem. onde dominava a língua

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Notícias mais vistas:

Constância e Caima

  Fomos visitar Luís Vaz de Camões a Constância, ver a foz do Zêzere, e descobrimos que do outro lado do arvoredo estava escondida a Caima, Indústria de Celulose. https://www.youtube.com/watch?v=w4L07iwnI0M&list=PL7htBtEOa_bqy09z5TK-EW_D447F0qH1L&index=16

Armazenamento holográfico

 Esta técnica de armazenamento de alta capacidade pode ser uma das respostas para a crescente produção de dados a nível mundial Quando pensa em hologramas provavelmente associa o conceito a uma forma futurista de comunicação e que irá permitir uma maior proximidade entre pessoas através da internet. Mas o conceito de holograma (que na prática é uma técnica de registo de padrões de interferência de luz) permite que seja explorado noutros segmentos, como o do armazenamento de dados de alta capacidade. A ideia de criar unidades de armazenamento holográficas não é nova – o conceito surgiu na década de 1960 –, mas está a ganhar nova vida graças aos avanços tecnológicos feitos em áreas como os sensores de imagem, lasers e algoritmos de Inteligência Artificial. Como se guardam dados num holograma? Primeiro, a informação que queremos preservar é codificada numa imagem 2D. Depois, é emitido um raio laser que é passado por um divisor, que cria um feixe de referência (no seu estado original) ...

TAP: quo vadis?

 É um erro estratégico abismal decidir subvencionar uma vez mais a TAP e afirmar que essa é a única solução para garantir a conectividade e o emprego na aviação, hotelaria e turismo no país. É mentira! Nos últimos 20 anos assistiu-se à falência de inúmeras companhias aéreas. 11 de Setembro, SARS, preço do petróleo, crise financeira, guerras e concorrência das companhias de baixo custo, entre tantos outros fatores externos, serviram de pano de fundo para algo que faz parte das vicissitudes de qualquer empresa: má gestão e falta de liquidez para enfrentar a mudança. Concentremo-nos em três casos europeus recentes de companhias ditas “de bandeira” que fecharam as portas e no que, de facto, aconteceu. Poucos meses após a falência da Swissair, em 2001, constatou-se um fenómeno curioso: um número elevado de salões de beleza (manicure, pedicure, cabeleireiros) abriram igualmente falência. A razão é simples, mas só mais tarde seria compreendida: muitos desses salões sustentavam-se das assi...