Avançar para o conteúdo principal

Nova prestação vai agregar abono, acção social escolar, tarifas e taxas moderadoras


Para o Governo recém-eleito, “as regras de retirada dos apoios sociais ignoram os riscos inerentes à entrada no mercado de trabalho"


 Chamar-se-á Suplemento Remunerativo Solidário e é apresentado pelo novo Governo como uma tentativa de impedir que cidadãos tenham de escolher entre rendimentos de trabalho e apoios sociais.


A ideia já vinha de trás e surge claramente enunciada no programa do novo Governo que, a cumprir-se, vai criar um novo Suplemento Remunerativo Solidário (SRS) para substituir um conjunto alargado de apoios sociais.


“A multiplicidade de componentes do regime de segurança social e dos apoios sociais, e a complexidade das suas regras, dificulta o seu acesso ao cidadão mais vulnerável, e a previsibilidade do apoio público quando esta é mais necessária”, começa por explicar o programa.


Para o Governo recém-eleito, “as regras de retirada dos apoios sociais ignoram os riscos inerentes à entrada no mercado de trabalho, colocando o trabalhador no dilema de participar no mercado e perder apoios sociais, ou manter-se na inactividade”.


“Este impacto pernicioso na participação no mercado e na valorização profissional tem de ser corrigido com vista a incentivar o trabalho e a assegurar a justiça social”, prossegue o Governo, considerando que “quem participa no mercado de trabalho deve ser premiado em termos de rendimentos face à situação em que tivesse ficado inactivo”.


Actualmente, “quem tenha rendimentos baixos vê-lhe retirados diversos apoios sociais de forma repentina, caso ultrapasse, por pouco que seja, determinados níveis de rendimento”, acrescenta o documento norteador do elenco liderado por Luís Montenegro.


Isto acontece porque “os valores de inúmeros apoios sociais são indexados a escalões de rendimentos, por vezes definidos de forma ligeiramente diferente” e, na transição entre escalões, ocorre uma substancial perda de apoios, o que resulta numa “barreira efectiva a que estes trabalhadores procurem aumentar os seus rendimentos do trabalho ou se valorizem profissionalmente”


Entre os apoios que são susceptíveis de ser retirados neste contexto estão os abonos de família, a acção social escolar, a isenção de taxas moderadoras na saúde, a tarifa social de electricidade, a tarifa social de gás e a isenção de pagamento (ou a passagem para outro escalão) em escolas em regime de IPSS (pré-escolar).


Porque desta forma se torna “indesejável ser promovido ou procurar um emprego melhor”, o executivo governamental aposta na “criação do novo SRS, que pretende venha a ser capaz de simplificar “o actual sistema pulverizado de apoios sociais através da sua agregação económica” e de garantir que “o aumento do rendimento do trabalho não conduz a uma perda de rendimento disponível”.


Nova prestação vai agregar abono, acção social escolar, tarifas e taxas moderadoras | Programa do Governo | PÚBLICO (publico.pt)


Comentários

Notícias mais vistas:

Constância e Caima

  Fomos visitar Luís Vaz de Camões a Constância, ver a foz do Zêzere, e descobrimos que do outro lado do arvoredo estava escondida a Caima, Indústria de Celulose. https://www.youtube.com/watch?v=w4L07iwnI0M&list=PL7htBtEOa_bqy09z5TK-EW_D447F0qH1L&index=16

Digi dá mais um passo decisivo para resolver a principal queixa dos utilizadores

Fonte:  MHD .  A Digi chegou a Portugal com preços nunca antes vistas, mas enfrentou várias críticas à cobertura. No entanto, em apenas seis meses já mostra melhorias significativas. Desde que aterrou oficialmente em Portugal, em novembro de 2024, a Digi tem dado muito que falar. A operadora romena chegou com um objetivo claro: agitar o mercado das telecomunicações com preços imbatíveis, nunca antes vistos. E este objetivo foi conseguido tanto nos pacotes de casa (Internet Fixa e Televisão) como no Móvel. A verdade é que a Digi continua a lidar com várias críticas, sendo que o apagão espoletou a ira de muitos clientes que se viram horas e horas sem serviço. No entanto, a principal prende-se com as falhas de cobertura, quer na rede móvel, quer na fibra. No entanto, em apenas seis meses, a operadora já deu sinais claros de evolução. Nos últimos tempos, a Digi arregaçou as mangas e está a fazer o trabalho de casa: instalar mais antenas 4G e 5G e acelerar a expansão da sua rede de...

TAP: quo vadis?

 É um erro estratégico abismal decidir subvencionar uma vez mais a TAP e afirmar que essa é a única solução para garantir a conectividade e o emprego na aviação, hotelaria e turismo no país. É mentira! Nos últimos 20 anos assistiu-se à falência de inúmeras companhias aéreas. 11 de Setembro, SARS, preço do petróleo, crise financeira, guerras e concorrência das companhias de baixo custo, entre tantos outros fatores externos, serviram de pano de fundo para algo que faz parte das vicissitudes de qualquer empresa: má gestão e falta de liquidez para enfrentar a mudança. Concentremo-nos em três casos europeus recentes de companhias ditas “de bandeira” que fecharam as portas e no que, de facto, aconteceu. Poucos meses após a falência da Swissair, em 2001, constatou-se um fenómeno curioso: um número elevado de salões de beleza (manicure, pedicure, cabeleireiros) abriram igualmente falência. A razão é simples, mas só mais tarde seria compreendida: muitos desses salões sustentavam-se das assi...