Supremo da Venezuela atacado com granadas largadas de helicóptero, Maduro fala em “ataque terrorista”
Num vídeo publicado no Instagram, um alegado agente da polícia, ladeado por quatro homens armados e com máscaras, reivindicou o ataque. “Somos uma coligação de oficiais do Exército, agentes da polícia e civis em busca de equilíbrio e contra este governo criminoso”
O Supremo Tribunal da Venezula foi atacado com granadas largadas de um helicóptero na madrugada desta quarta-feira, no que o Presidente do país já classificou como um "ataque terrorista". Imagens postas a circular nas redes sociais mostram um helicóptero da polícia a sobrevoar Caracas, a capital, antes de se ouvirem tiros e uma forte explosão.
Num vídeo divulgado no Instagram, o alegado agente da polícia que pilotou o helicóptero roubado e que se identifica como Oscar Pérez denuncia o "governo criminoso" de Nicolás Maduro e diz estar a lutar contra a "tirania" do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), no poder desde 1999.
"Somos uma coligação de oficiais do Exército, agentes da polícia e civis em busca de equilíbrio e contra este governo criminoso", diz o homem fardado, ladeado por outros quatro homens armados e fardados, cujos rostos estão tapados com máscaras. "Não pertencemos a nenhum partido ou tendência política. Somos nacionalistas, patriotas e institucionalistas." A "luta" que o alegado autor do ataque diz estar a travar não é contra as forças de segurança mas "contra a impunidade deste governo e contra a tirania".
O ataque desta manhã acontece numa altura em que Caracas e outras cidades da Venezuela continuam a ser palcos de protestos diários violentos contra o governo de Maduro perante uma das piores crises políticas e económicas do país em décadas. O Supremo Tribunal tem sido regularmente criticado pela oposição venezuelana pelos seus ditames favoráveis ao Presidente, que é acusado de não querer abandonar o poder.
Num discurso a partir do palácio presidencial, Maduro disse que o helicóptero sobrevoou o Supremo e também os Ministérios do Interior e da Justiça e anunciou que o Exército já está sob alerta. "Ativei todas as forças armadas para que defendam a paz. Mais cedo ou mais tarde, iremos capturar aquele helicóptero e os responsáveis por este ataque terrorista", prometeu.
Fontes oficiais citadas pela Reuters dizem que quatro granadas foram largadas sobre o edifício da alta instância judicial, antes de 15 tiros terem sido disparados contra o Ministério do Interior. Para já, não se sabe se existem feridos ou ou vítimas mortais resultantes do ataque, que segundo Maduro aconteceu durante "um evento social" e que pode ter causado "dezenas de mortos". Uma das granadas falhou em detonar, acrescentou o Presidente.
INSTAGRAM
QUEM SÃO OS RESPONSÁVEIS?
Para já não se conhece o paradeiro do homem que, no vídeo publicado no Instagram, assume ter roubado e pilotado o helicóptero e que diz chamar-se Oscar Pérez. Também não é certo que tipo de apoios é que o grupo angaria. Maduro diz que o alegado piloto trabalhou para o ex-ministro do Interior e da Justiça, Miguel Rodriguez Torres.
Ao longo dos últimos dois meses, a crise política na Venezuela tem piorado a cada dia, com protestos contra e alguns a favor do governo a varrerem Caracas e outras grandes cidades. Aqueles que se opõem ao governo de Maduro dizem estar determinados em permanecer nas ruas até que o Presidente abdique do poder e convoque eleições antecipadas. Desde 1 de abril, e de acordo com um balanço da procuradoria-geral, mais de 70 pessoas já morreram nessas manifestações.
Apesar de Maduro ter classificado o incidente desta manhã como um "ataque" executado por "terroristas" que querem depor o seu governo, não se sabe para já qual a extensão do grupo responsável ou sequer se existe uma fação de oficiais que esteja a tentar executar um golpe de Estado.
Terça-feira, Maduro voltou a acusar os Estados Unidos de estarem a apoiar tentativas de golpe contra o seu governo e deixou avisos ao Presidente norte-americano, Donald Trump, de que a Venezuela irá resistir a essas tentativas. No dia anterior, segunda-feira, o líder venezuelano anunciou que cinco pessoas foram detidas sob acusações de orquestração de um golpe contra ele e de estarem a ajudar a preparar o terreno para uma invasão dos EUA.
Esta não é a primeira vez que existe uma tentativa de golpe na Venezuela. Em 1992, o falecido Hugo Chávez, que viria a ser eleito Presidente em 1998, tentou depor o governo do então Presidente Carlos Andres Pérez, tendo sido preso e condenado no rescaldo da tentativa falhada. Dez anos depois, em 2002, o próprio Chávez sobreviveu a uma tentativa de golpe executada por oficiais rebeldes do Exército. Meses depois, as forças de segurança venezuelanas travaram outro golpe liderado por figuras da oposição política e militar.
http://expresso.sapo.pt/internacional/2017-06-28-Supremo-da-Venezuela-atacado-com-granadas-largadas-de-helicoptero-Maduro-fala-em-ataque-terrorista
Num vídeo publicado no Instagram, um alegado agente da polícia, ladeado por quatro homens armados e com máscaras, reivindicou o ataque. “Somos uma coligação de oficiais do Exército, agentes da polícia e civis em busca de equilíbrio e contra este governo criminoso”
O Supremo Tribunal da Venezula foi atacado com granadas largadas de um helicóptero na madrugada desta quarta-feira, no que o Presidente do país já classificou como um "ataque terrorista". Imagens postas a circular nas redes sociais mostram um helicóptero da polícia a sobrevoar Caracas, a capital, antes de se ouvirem tiros e uma forte explosão.
Num vídeo divulgado no Instagram, o alegado agente da polícia que pilotou o helicóptero roubado e que se identifica como Oscar Pérez denuncia o "governo criminoso" de Nicolás Maduro e diz estar a lutar contra a "tirania" do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), no poder desde 1999.
"Somos uma coligação de oficiais do Exército, agentes da polícia e civis em busca de equilíbrio e contra este governo criminoso", diz o homem fardado, ladeado por outros quatro homens armados e fardados, cujos rostos estão tapados com máscaras. "Não pertencemos a nenhum partido ou tendência política. Somos nacionalistas, patriotas e institucionalistas." A "luta" que o alegado autor do ataque diz estar a travar não é contra as forças de segurança mas "contra a impunidade deste governo e contra a tirania".
O ataque desta manhã acontece numa altura em que Caracas e outras cidades da Venezuela continuam a ser palcos de protestos diários violentos contra o governo de Maduro perante uma das piores crises políticas e económicas do país em décadas. O Supremo Tribunal tem sido regularmente criticado pela oposição venezuelana pelos seus ditames favoráveis ao Presidente, que é acusado de não querer abandonar o poder.
Num discurso a partir do palácio presidencial, Maduro disse que o helicóptero sobrevoou o Supremo e também os Ministérios do Interior e da Justiça e anunciou que o Exército já está sob alerta. "Ativei todas as forças armadas para que defendam a paz. Mais cedo ou mais tarde, iremos capturar aquele helicóptero e os responsáveis por este ataque terrorista", prometeu.
Fontes oficiais citadas pela Reuters dizem que quatro granadas foram largadas sobre o edifício da alta instância judicial, antes de 15 tiros terem sido disparados contra o Ministério do Interior. Para já, não se sabe se existem feridos ou ou vítimas mortais resultantes do ataque, que segundo Maduro aconteceu durante "um evento social" e que pode ter causado "dezenas de mortos". Uma das granadas falhou em detonar, acrescentou o Presidente.
QUEM SÃO OS RESPONSÁVEIS?
Para já não se conhece o paradeiro do homem que, no vídeo publicado no Instagram, assume ter roubado e pilotado o helicóptero e que diz chamar-se Oscar Pérez. Também não é certo que tipo de apoios é que o grupo angaria. Maduro diz que o alegado piloto trabalhou para o ex-ministro do Interior e da Justiça, Miguel Rodriguez Torres.
Ao longo dos últimos dois meses, a crise política na Venezuela tem piorado a cada dia, com protestos contra e alguns a favor do governo a varrerem Caracas e outras grandes cidades. Aqueles que se opõem ao governo de Maduro dizem estar determinados em permanecer nas ruas até que o Presidente abdique do poder e convoque eleições antecipadas. Desde 1 de abril, e de acordo com um balanço da procuradoria-geral, mais de 70 pessoas já morreram nessas manifestações.
Apesar de Maduro ter classificado o incidente desta manhã como um "ataque" executado por "terroristas" que querem depor o seu governo, não se sabe para já qual a extensão do grupo responsável ou sequer se existe uma fação de oficiais que esteja a tentar executar um golpe de Estado.
Terça-feira, Maduro voltou a acusar os Estados Unidos de estarem a apoiar tentativas de golpe contra o seu governo e deixou avisos ao Presidente norte-americano, Donald Trump, de que a Venezuela irá resistir a essas tentativas. No dia anterior, segunda-feira, o líder venezuelano anunciou que cinco pessoas foram detidas sob acusações de orquestração de um golpe contra ele e de estarem a ajudar a preparar o terreno para uma invasão dos EUA.
Esta não é a primeira vez que existe uma tentativa de golpe na Venezuela. Em 1992, o falecido Hugo Chávez, que viria a ser eleito Presidente em 1998, tentou depor o governo do então Presidente Carlos Andres Pérez, tendo sido preso e condenado no rescaldo da tentativa falhada. Dez anos depois, em 2002, o próprio Chávez sobreviveu a uma tentativa de golpe executada por oficiais rebeldes do Exército. Meses depois, as forças de segurança venezuelanas travaram outro golpe liderado por figuras da oposição política e militar.
http://expresso.sapo.pt/internacional/2017-06-28-Supremo-da-Venezuela-atacado-com-granadas-largadas-de-helicoptero-Maduro-fala-em-ataque-terrorista
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