Avançar para o conteúdo principal

Ministério Público solicita nulidade de decretos presidenciais

O Ministério Público da Venezuela (MP) solicitou hoje ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ) que anule os decretos emitidos pelo Presidente Nicolás Maduro para convocar a Assembleia Constituinte (AC).

O pedido faz parte de três recursos introduzidos pela procuradora-geral Luísa Ortega Diáz e abrangem ainda as bases para realizar os comícios relacionados com a AC e as decisões tomadas pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), sobre o mesmo assunto.

Um comunicado divulgado pelo MP explica que o Presidente Nicolás Maduro "conta apenas com poder para sugerir ou propor a realização de uma Constituinte, com base no artigo 348 da Constituição da Venezuela".

E adianta que "essa iniciativa deve ser submetida à aprovação do poder constituinte originário, que segundo os artigos 5 e 347", da Constituição "reside no povo".

A procuradora adianta que "adicionalmente, alegou a violação do princípio de supremacia constitucional, que estabelece que a Carta Magna pode ser modificada através dos mecanismos nela estabelecidos, com a participação do poder originário".

Segundo o comunicado, foi ainda evocado o "princípio da progressividade dos direitos humanos, tendo em conta que em 1999, se desenvolveu um processo constituinte em que foi reconhecido o poder de convocatória do povo e, em consequência, teve vigor a democracia participativa e protagónica ao submeter a um referendo, tanto a convocatória, como o texto constitucional".

"No entanto, no atual processo, se evidencia um retrocesso nesse aspeto", sublinha o comunicado.

Assim, segundo Luísa Ortega Díaz os decretos emitidos pelo Presidente Nicolás Maduro com as bases para a AC "violam" os "princípios da supremacia constitucional, da progressividade dos direitos humanos, assim como a democracia participativa e protagónica, além da reserva legal, do direito ao sufrágio, da sua universalidade e igualdade".

Por outro lado há ainda uma violação da legislação eleitoral, "quanto à forma e supostos para a eleição de candidatos, diferenças no valor do voto fundamentadas no número de eleitores e constituintes a eleger, e excluíram-se arbitrariamente setores de eleitores".

"Até ao momento desconhecem-se as condições em que se conformarão os registos eleitorais setoriais, a sua auditoria, a modalidade das eleições, observadores e testemunhas eleitorais, assim como a duração da Assembleia Constituinte", explica.

O documento precisa que foi ainda requerida "a inibição dos magistrados da Sala Constitucional (uma das seis salas que compõe o Supremo Tribunal de Justiça em pleno) que ditaram sentenças violadoras da ordem constitucional, por carecerem de legitimidade de origem e por terem sido designados de maneira ilegal".

Por outro lado, o MP introduziu um recurso contra o CNE "por violar princípios de legalidade administrativa ao desenvolver um processo constituinte sem ditar atos administrativos" e por "modificar as condições que regem o processo, criando insegurança jurídica nos cidadãos".

O MP solicitou ainda a inibição dos magistrados da Sala Eleitoral, por terem declarado inadmissível um recurso da procuradora-geral, contra a AC, decisão que é "violadora do direito à tutela judicial efetiva".

Dois outros magistrados principais e seus suplentes devem inibir-se, "por terem sido designados depois de um processo violador do devido processo".

https://www.rtp.pt/noticias/mundo/venezuela-ministerio-publico-solicita-nulidade-de-decretos-presidenciais-e-bases-da-assembleia-constituinte_n1008191

Comentários

Notícias mais vistas:

Diarreia legislativa

© DR  As mais de 150 alterações ao Código do Trabalho, no âmbito da Agenda para o Trabalho Digno, foram aprovadas esta sexta-feira pelo Parlamento, em votação final. O texto global apenas contou com os votos favoráveis da maioria absoluta socialista. PCP, BE e IL votaram contra, PSD, Chega, Livre e PAN abstiveram-se. Esta diarréia legislativa não só "passaram ao lado da concertação Social", como também "terão um profundo impacto negativo na competitividade das empresas nacionais, caso venham a ser implementadas Patrões vão falar com Marcelo para travar Agenda para o Trabalho Digno (dinheirovivo.pt)

A Fusão Nuclear deu um rude golpe com o assassínio de Nuno Loureiro

“Como um todo, a fusão nuclear é uma área muito vasta. Não é a morte de um cientista que impedirá o progresso, mas é um abalo e uma enorme perda para a comunidade científica, Nuno Loureiro deu contributos muito importantes para a compreensão da turbulência em plasmas de fusão nuclear” diz Bruno Soares Gonçalves , presidente do Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear do IST . O que é a fusão nuclear e por que razão o cientista português do MIT assassinado nos EUA dizia que “mudará a História da humanidade” “Os próximos anos serão   emocionante s   para nós e para a fusão nuclear.  É o início de uma nova era” . As palavras são de Nuno Loureiro e foram escrit as em 2024 . A 1 de maio desse ano, o   cientista português   assumi a   a direção do Centro de Ciência e Fusão de Plasma (PSFC) , um dos maiores   laboratórios  do Massachussetts   Institute   of   Technology ( MIT) . A seu cargo tinha   250   investigadores , funcionário...

Aeroporto: há novidades

 Nenhuma conclusão substitui o estudo que o Governo mandou fazer sobre a melhor localização para o aeroporto de Lisboa. Mas há novas pistas, fruto do debate promovido pelo Conselho Económico e Social e o Público. No quadro abaixo ficam alguns dos pontos fortes e fracos de cada projeto apresentados na terça-feira. As premissas da análise são estas: IMPACTO NO AMBIENTE: não há tema mais crítico para a construção de um aeroporto em qualquer ponto do mundo. Olhando para as seis hipóteses em análise, talvez apenas Alverca (que já tem uma pista, numa área menos crítica do estuário) ou Santarém (numa zona menos sensível) escapem. Alcochete e Montijo são indubitavelmente as piores pelas consequências ecológicas em redor. Manter a Portela tem um impacto pesado sobre os habitantes da capital - daí as dúvidas sobre se se deve diminuir a operação, ou pura e simplesmente acabar. Nem o presidente da Câmara, Carlos Moedas, consegue dizer qual escolhe... CUSTO DE INVESTIMENTO: a grande novidade ve...