Avançar para o conteúdo principal

FMI: baixar impostos e cortar pensões, salários e funcionários públicos.

Fundo quer gerar mais crescimento económico e reforça que corte de salários é «inevitável»

O Fundo Monetário Internacional (FMI) defende uma redução dos impostos em Portugal, que deverá passar por um alívio ao nível do IRS e IRC. A ideia é gerar mais crescimento económico.

Num documento chamado «Artigo IV», em que o FMI faz uma avaliação anual da nossa economia, e que foi divulgado juntamente com o relatório sobre a sexta avaliação ao programa de ajustamento, o Fundo sugere ainda taxar menos o capital. Para compensar, aconselha um aumento de impostos sobre o consumo, por exemplo nos vinhos e produtos culturais.

No IRS, o Fundo aconselha uma redução e simplificação das taxas e um alargamento da base tributável, passando a taxar, por exemplo, algumas prestações sociais, como o subsídio de maternidade.

Para aliviar a carga fiscal das empresas, o FMI quer que seja eliminada a derrama municipal e, progressivamente, também a estatal, além da descida do IRC. E volta a sugerir uma redução da taxa social única (TSU) sobretudo para salários mais baixos. Mas as regiões autónomas não devem manter as taxas reduzidas.

Sacrifícios são inevitáveis

O FMI reforça que é «inevitável» um corte na despesa com os funcionários públicos, bem como rever o sistema de pensões, cortando as mais elevadas. E volta a sublinhar que os salários são particularmente altos entre os professores, em comparação com o privado.

Na frente fiscal, diz que Portugal ainda tem margem para reduzir a despesa fiscal com saúde, educação e habitação.

«A redução dos desequilíbrios envolve sacrifícios consideráveis na forma de um crescente desemprego e de menor rendimento disponível», admite o FMI, acrescantendo que, por causa disso, «a situação social e política está significativamente mais difícil, com a resistência às medidas de ajustamento e às reformas a testar a determinação do Governo».

Mas «continuar o esforço de ajustamento é inevitável. As dificuldades de financiamento continuam fortes e os níveis de dívida do setor público e privado muito altos. Neste contexto, não há alternativas fáceis a mais ajustamento para controlar as finanças públicas e desalavancar de forma gradual o balanço do setor privado».

Programa português pode ter de ser revisto

O FMI diz ainda que a estratégia do atual programa de ajustamento português pode ter de ser revisto, caso se verifiquem algumas condições.

Os riscos que podem obrigar à revisão do programa são: a economia cair ainda mais do que o estimado, o desemprego continuar a aumentar, as exportações abrandarem, a reforma do setor empresarial do Estado continuar a apresentar desafios, o consenso social e político em torno do programa enfraquecer e, por fim, o Tribunal Constitucional chumbar algumas das medidas do Orçamento do Estado para 2013.

O Fundo diz aliás que o Governo tem de estar preparado para tomar medidas alternativas em caso de chumbo.

«A materialização dos riscos negativos para as perspetivas orçamentais podem exigir a implementação rápida de medidas de correção para preservar os progressos conseguidos até aqui na restauração da confiança». Por isso, «se, por exemplo, algumas partes do Orçamento de 2013 vierem a ser desafiadas por razões constitucionais, será importante ativar medidas de compensação».

O FMI estima que Portugal fechou 2012 com um défice de 5,2%, e corta a previsão de crescimento para 2014.

Na carta de compromissos enviada pelo ministro das Finanças ao FMI o Governo compromete-se a alargar a mobilidade especial na função pública.

O FMI confirma que o executivo já está em contactos para colocar dívida de longo prazo o quanto antes.


Em: http://www.tvi24.iol.pt/economia---troika/fmi-irs-irc-troika-austeridade-governo/1411247-6375.html

Comentários

Notícias mais vistas:

Como resistir ao calor: transforme a sua ventoinha simples num ar condicionado

 As ventoinhas, por si só, muitas vezes limitam-se a fazer circular o ar quente. Mas existe um truque engenhoso para torná-las mais eficazes Em dias de calor muito intenso, e para quem não tem ar condicionado em casa, suportar as elevadas temperaturas pode ser um verdadeiro desafio. No entanto, se tiver uma ventoinha por perto, há um truque simples que pode fazer toda a diferença na hora de refrescar o ambiente. As ventoinhas, por si só, têm muitas vezes dificuldade em baixar efetivamente a temperatura, limitando-se a fazer circular o ar quente. Mas existe uma maneira engenhosa de torná-las mais eficazes a refrescar o espaço. A página de TikTok @top_dicas_  partilhou um método simples para transformar uma ventoinha num verdadeiro ar condicionado caseiro. O processo é acessível e não exige ferramentas. Vai precisar apenas de uma ventoinha, duas garrafas de plástico, dois tubos de plástico, uma caixa térmica de esferovite, gelo, fita-cola e abraçadeiras. Comece por cortar a part...

Nuvem rolo. O fenómeno raro a que se assistiu este domingo em Portugal

 Imagens captadas em vários locais do país foram partilhadas pela página de Facebook Meteo Trás os Montes. O fenómeno é comum no nordeste da Austrália, mas raro em Portugal. Um fenómeno conhecido como “nuvens rolo” aconteceu este domingo na costa portuguesa e foi fotografado e filmado um pouco em todo o país. Nas imagens partilhadas pela página de Facebook Meteo Trás os Montes — é possível constatar testemunhos na Ria de Aveiro, Figueira da Foz, Esposende ou Póvoa de Varzim. Nuvem rolo. O fenómeno raro que se viu em Portugal – Observador

Foram necessários 250 anos para construir o que Trump está a tentar destruir

Os esforços do presidente Donald Trump para reformular o governo federal o máximo possível e o mais rapidamente possível destruiriam agências que existem há décadas ou mais. Os seus planos mais amplos reformulariam elementos da infraestrutura governamental que existem há séculos. De Benjamin Franklin a John F. Kennedy e de Richard Nixon a Barack Obama, foi necessária toda a história dos Estados Unidos para construir parte do que Trump tem falado em tentar destruir, privatizar ou reformular. E isso sem contar as reformas que ele está a planear para programas de segurança social, como a  Previdência Social  e o Medicare,  que ele afirma , sem provas, estarem  cheios de fraudes , mas que também estão em caminhos objetivamente  insustentáveis . Serviço Postal dos EUA Estes dois selos postais dos Estados Unidos, com as imagens de Benjamin Franklin e George Washington, entraram em vigor a 1 de julho de 1847.  (Museu Postal Nacional Smithsonian) Fundado em 1775 Os...