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A Comissária Europeia Maria L Albuquerque defende o investimento em poupanças com risco



 Em entrevista à Euronews, Maria Luís Albuquerque, Comissária Europeia para os Serviços Financeiros e União da Poupanças e dos Investimentos, defende que os consumidores devem investir em produtos financeiros de médio e longo prazo, mesmo com algum risco.

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A União da Poupanças e dos Investimentos é "uma ideia que procura criar oportunidades para que as poupanças das pessoas sejam investidas com um rendimento mais elevado, especialmente quando pensamos em poupanças a longo prazo", afirmou.


"Vamos emitir uma recomendação aos Estados-Membros para que criem uma conta poupança-investimento, através da qual será disponibilizado um conjunto de opções de investimento simples, de baixo custo (...) e com incentivos fiscais, para que as pessoas se sintam mais atraídas por este tipo de investimento."


Investir no mercado de capitais envolve riscos

A Comissária Europeia reconhece que a alternativa aos depósitos a prazo fixo é o investimento em produtos financeiros de maior risco, a médio e longo prazo.


"Recomendaremos aos Estados-Membros que criem estas contas, nas quais os produtos oferecidos são, obviamente, adequados ao perfil do pequeno investidor. Mas sim, o investimento no mercado de capitais envolve riscos. Não há garantia de capital".


Mas, se o dinheiro for um depósito com juros baixos, os clientes do banco estão a perder dinheiro devido à inflação.


"Provavelmente, estão, de uma forma que não se apercebem. Porque, se colocarmos 1000 euros num depósito, no final do período receberemos esses 1000 euros mais juros. A verdade é que, com esses 1000 euros, podemos comprar menos coisas. Quando se diz que se perde dinheiro nos depósitos, não se está a perder em termos de euros, mas sim do que se pode comprar com eles. É, portanto, uma perda e um desperdício do esforço de poupança", sublinhou Maria Luís Albuquerque.


Não ao protecionismo no setor bancário

Relativamente às posições protecionistas de alguns governos da UE no que diz respeito às fusões e aquisições de bancos estrangeiros, como é o caso de Portugal, a Comissária Europeia lança um aviso.


"Existem, de facto, atitudes protecionistas muito concentradas numa perspetiva nacional. Tenho dito que temos de mudar a nossa forma de pensar e que temos de compreender que ser nacional significa ser europeu", afirmou.


"A Comissão, como sabe, nunca comenta casos específicos. Mas, no que diz respeito às questões bancárias, temos em vigor uma união bancária que já envolve todos os países da zona euro e na qual estão definidas as regras que devem ser seguidas para as fusões e aquisições de instituições bancárias. É o Banco Central Europeu, a autoridade de supervisão competente e as autoridades da concorrência que se devem pronunciar sobre qualquer operação específica".


Fusões no setor bancário europeu?

As empresas e os bancos europeus precisam de ser maiores e ganhar escala para competir com os EUA e outras regiões, defende Maria Luís Albuquerque.


"Para competirmos com os Estados Unidos, com a China, com os grandes blocos internacionais, precisamos de um músculo que represente a União Europeia como um todo e não cada um dos Estados-Membros em si".


"Porque nenhum de nós é suficientemente grande, nem mesmo o maior, nem suficientemente poderoso para enfrentar esse nível de concorrência. Portanto, nesse sentido, precisamos de empresas e bancos que sejam capazes de competir com as grandes instituições financeiras globais para oferecer mais e melhores serviços, a preços mais competitivos", explicou Maria Luís Albuquerque.


A Comissária Europeia Maria L Albuquerque defende o investimento em poupanças com risco | Euronews


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