Avançar para o conteúdo principal

10 mudanças fiscais que aí vêm

Novo Governo: 10 mudanças fiscais que aí vêm

O XXI governo constitucional, liderado por António Costa, toma posse esta quinta-feira e submete o seu programa à aprovação do Parlamento nos próximos dias 1 e 2 de dezembro, prometendo várias alterações a nível fiscal. Conheça 10 das mudanças que aí vêm.

1- IMI progressivo
O PS quer rever o IMI ponderando a criação de um sistema progressivo. Em termos práticos isto significa que a fatura do imposto a pagar por cada proprietário passará a variar em função do valor patrimonial do imóvel. Atualmente o IMI depende do montante que resultar da aplicação da taxa do imposto (fixada anualmente pelas autarquias entre 0,3% e 0,5%) sobre o VPT. Para evitar subidas bruscas, o programa do governo prevê a criação de uma cláusula de salvaguarda que impeça aumentos superiores a 75 euros por ano, sendo este travão aplicado nos casos de reavaliação de casas que sirvam de habitação permanente e de baixo valor.

Quantos escalões de rendimento tem o IRS?
Em 2013, os escalões foram reduzidos de oito para cinco. O PS vai mudar este sistema.
2 – IRS com mais escalões
O PS (e os partidos à esquerda) sempre discordou do modelo de 5 escalões de rendimento do IRS criado em 2013 e avançou para a campanha eleitoral prometendo aumentar os escalões de forma conferir maior progressividade ao imposto. Esta mudança apenas será concretizada em 2017, já que o governo entrará em 2016 ainda sem um Orçamento aprovado e que António Costa sempre referiu que a alteração dos escalões apenas poderia ser desenhada depois estar na posse da informação detalhada que é recolhida pela AT.
Desta forma, só mais para a frente será conhecida esta nova progressividade do imposto bem como os novos limites dos escalões e respetivas taxas.
O PS quer ainda melhorar as deduções à coleta para os baixos e médios rendimentos e elimina a sobretaxa do IRS em 2017.

3- Quociente familiar
É mais uma matéria em que o PS sempre discordou da coligação e que pretende revogar. O quociente familiar (em que os filhos passaram a ser tidos em conta na determinação do rendimento do agregado sujeito a imposto) criado com a reforma do IRS vai ser eliminado dando lugar a uma dedução de valor fixo por cada dependente.

4 – Crédito Fiscal
O PS quer avançar com uma nova prestação social, o Complemento Salarial Anual, para “proteger o rendimento dos trabalhadores que, em virtude de baixos salários e de uma elevada rotação do emprego, ao longo do ano não auferem rendimentos que os coloquem acima da linha da pobreza”. Este complemento funcionará como uma espécie de “crédito fiscal” (ou imposto negativo”).

5 – IVA desce no OE
O IVA da restauração vai baixar de 23% para 13% tal como foi prometido durante a campanha eleitoral. A medida consta do programa do PS, mas os Verdes já entregaram na Assembleia da República um projecto de lei exatamente com este objetivo, determinando que entre em vigor com o Orçamento do estado para 2016. Ao Dinheiro Vivo, Fernando Rocha Andrade – escolhido por António Costa para assumir a Secretaria de Estado dos Assuntos Fiscais – já tinha referido que só com o OE esta medida poderia avançar até porque, num regime de duodécimos orçamentais, não é possível avançar com iniciativas de redução de receita.

6 -IRC não desce mais
A taxa de IRC vai manter-se no patamar de 21% onde se encontra atualmente, mas será criado um sistema de incentivos à instalação de empresas e ao aumento de produção das zonas no interior do país. Este benefício vai ser modulado pela distribuição regional e criação de emprego. O sistema de estímulos fiscais às pequenas e médias empresas em sede de IRS será também aumentado.

7 – Penhoras limitadas
A execução fiscal de casas que sirvam de morada das famílias vai ser proibida quando em causa estejam dívidas de valor inferior ao do bem que se pretende executar. Nas restantes situações, propõe-se a suspensão da penhora da casa, quando esta sirva de morada da família.

8- Coimas e inspeções limitadas
O PS quer limitar a realização de inspecções tributárias sucessivas junto de contribuintes particulares e de pequenas e médias empresas e quer ainda rever as coimas excessivas e o valor dos juros por incumprimento de obrigações tributárias.

9 – Compensação de créditos
As pessoas ou PME que tenham um crédito perante o Estado ou uma outra entidade pública deverão passar a poder compensá-lo com créditos que o fisco ou a segurança social tenham sobre estes mesmos contribuintes. Não está ainda definido o patamar de rendimentos ou de receitas que tornam o particular ou a empresa elegível para a utilização deste sistema de compensação de créditos.

10- Imposto sobre as heranças
O PS e os partidos mais à esquerda consideram que existe uma desigualdade entre a tributação do rendimento e do património e discordam também que as mais-valias não realizadas em vida pelo titular dos bens escapem totalmente à tributação. Por este motivo, propõe-se a criação de um imposto sobre heranças de elevado valor. Este “elevado valor” foi balizado em um milhão de euros e a receita que for obtida através deste novo imposto sobre as heranças será consignada à segurança social.

- See more at: http://www.dinheirovivo.pt/economia/novo-governo-10-mudancas-fiscais-que-ai-vem/#sthash.hwe4VBiL.dpuf


Comentários

Notícias mais vistas:

Diarreia legislativa

© DR  As mais de 150 alterações ao Código do Trabalho, no âmbito da Agenda para o Trabalho Digno, foram aprovadas esta sexta-feira pelo Parlamento, em votação final. O texto global apenas contou com os votos favoráveis da maioria absoluta socialista. PCP, BE e IL votaram contra, PSD, Chega, Livre e PAN abstiveram-se. Esta diarréia legislativa não só "passaram ao lado da concertação Social", como também "terão um profundo impacto negativo na competitividade das empresas nacionais, caso venham a ser implementadas Patrões vão falar com Marcelo para travar Agenda para o Trabalho Digno (dinheirovivo.pt)

As obras "faraónicas" e os contratos públicos

  Apesar da instabilidade dos mercados financeiros internacionais, e das dúvidas sobre a sustentabilidade da economia portuguesa em cenário de quase estagnação na Europa, o Governo mantém na agenda um mega pacote de obras faraónicas.  A obra que vai ficar mais cara ao país é, precisamente, a da construção de uma nova rede de alta velocidade ferroviária cujos contornos não se entendem, a não ser que seja para encher os bolsos a alguns à custa do contribuinte e da competitividade. Veja o vídeo e saiba tudo em: As obras "faraónicas" e os contratos públicos - SIC Notícias

Franceses prometem investir "dezenas de milhões" na indústria naval nacional se a marinha portuguesa comprar fragatas

  Se Portugal optar pelas fragatas francesas de nova geração, a construtora compromete-se a investir dezenas de milhões de euros na modernização do Arsenal do Alfeite e a canalizar uma fatia relevante do contrato diretamente para a economia e indústria nacional, exatamente uma das prioridades já assumidas pelo ministro da Defesa, Nuno Melo Intensifica-se a "luta" entre empresas de defesa para fornecer a próxima geração de fragatas da marinha portuguesa. A empresa francesa Naval Group anunciou esta terça-feira um plano que promete transformar a indústria naval nacional com o investimento de "dezenas de milhões de euros" para criar um  hub  industrial no Alfeite, caso o governo português opter por comprar as fragatas de nova geração do fabricante francês. "O Naval Group apresentou às autoridades portuguesas uma proposta para investir os montantes necessários, estimados em dezenas de milhões de euros, para modernizar o Arsenal do Alfeite e criar um polo industrial...