A nova ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, tem vasta experiência no Tesouro e foi diretora financeira da Refer
Se a nomeação para secretária de Estado do Tesouro de Vítor Gaspar não surpreendeu ninguém, a ascensão ao lugar do ex-ministro foi completamente inesperada. Não pela experiência ou qualificação, que Maria Luís Albuquerque tem ambas, mas pelo envolvimento na polémica dos contratos "swap", que ainda não terminou.
A nova ministra das Finanças do executivo de Passos Coelho teve nas mãos várias pastas quentes nos últimos dois anos. Antes das eleições, em 2011, disse: "Queremos que as pessoas nos venham cobrar os resultados, porque não vamos desaparecer depois de 5 de Junho." Esteve envolvida na venda do BPN aos angolanos do BIC, por 40 milhões de euros, uma quantia pequena que se viu obrigada a defender no Parlamento.
Depois, geriu a delicada pasta das privatizações, que renderam ao Estado 6,38 mil milhões de euros – 3,08 mil milhões da ANA, 2,7 mil milhões da EDP e 592 milhões da REN. Acabou por perder a pasta para Manuel Rodrigues, secretário de Estado das Finanças.
Mas o caso dos contratos "swap" é, de longe, o mais complicado e difícil de explicar. Maria Luís Albuquerque garantiu que nunca foi avisada pelo anterior governo da toxicidade destes contratos efetuados por várias empresas públicas. O ex-ministro Teixeira dos Santos contrariou a tese e garantiu que informou Vítor Gaspar – que entretanto confirmou a passagem de informação.
A questão é que Maria Luís Albuquerque era diretora financeira da Refer à época da assinatura de cinco destes contratos na empresa pública (entre o final de 2004 e janeiro de 2007).
Adicionalmente, a agora ex-secretária de Estado do Tesouro tutelou até ao momento o IGCP – Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública, a quem compete gerir a dívida pública direta do Estado e a dívida das entidades do sector público empresarial. O IGCP, que contratou agora uma consultora para a renegociação dos contratos "swap", tinha aprovado os contratos "exóticos" da Refer – o que levou o primeiro-ministro Passos Coelho a dizer, há duas semanas, que Maria Luís Albuquerque não tinha assinado contratos tóxicos na Refer, visto que o IGCP não os avaliara como tal.
A polémica, que agora herda na passagem para ministra das Finanças, ainda não terminou.Maria Luís Albuquerque tomará posse amanhã.
Nascida em 1967, em Braga, é casada com um jornalista da área económica e tem três filhos. Licenciou-se em Economia na Universidade Lusíada de Lisboa em 1991 e é mestre em Economia Monetária e Financeira pelo Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa desde 1997.
Foi técnica superior na Direção-Geral do Tesouro e Finanças entre 1996 e 1999, técnica superior do Gabinete de Estudos e Prospetiva Económica do Ministério da Economia entre 1999 e 2001, desempenhou funções de assessora do Secretário de Estado do Tesouro e das Finanças em 2001, foi Diretora do Departamento de Gestão Financeira da Refer entre 2001 e 2007 e coordenou o Núcleo de Emissões e Mercados do Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público entre 2007 e 2011.
Foi docente na Universidade Lusíada de Lisboa, no Instituto Superior de Economia e Gestão e no polo de Setúbal da Universidade Moderna entre 1991 e 2006.
Em: http://www.dinheirovivo.pt/Economia/Artigo/CIECO193476.html?page=0
Se a nomeação para secretária de Estado do Tesouro de Vítor Gaspar não surpreendeu ninguém, a ascensão ao lugar do ex-ministro foi completamente inesperada. Não pela experiência ou qualificação, que Maria Luís Albuquerque tem ambas, mas pelo envolvimento na polémica dos contratos "swap", que ainda não terminou.
A nova ministra das Finanças do executivo de Passos Coelho teve nas mãos várias pastas quentes nos últimos dois anos. Antes das eleições, em 2011, disse: "Queremos que as pessoas nos venham cobrar os resultados, porque não vamos desaparecer depois de 5 de Junho." Esteve envolvida na venda do BPN aos angolanos do BIC, por 40 milhões de euros, uma quantia pequena que se viu obrigada a defender no Parlamento.
Depois, geriu a delicada pasta das privatizações, que renderam ao Estado 6,38 mil milhões de euros – 3,08 mil milhões da ANA, 2,7 mil milhões da EDP e 592 milhões da REN. Acabou por perder a pasta para Manuel Rodrigues, secretário de Estado das Finanças.
Mas o caso dos contratos "swap" é, de longe, o mais complicado e difícil de explicar. Maria Luís Albuquerque garantiu que nunca foi avisada pelo anterior governo da toxicidade destes contratos efetuados por várias empresas públicas. O ex-ministro Teixeira dos Santos contrariou a tese e garantiu que informou Vítor Gaspar – que entretanto confirmou a passagem de informação.
A questão é que Maria Luís Albuquerque era diretora financeira da Refer à época da assinatura de cinco destes contratos na empresa pública (entre o final de 2004 e janeiro de 2007).
Adicionalmente, a agora ex-secretária de Estado do Tesouro tutelou até ao momento o IGCP – Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública, a quem compete gerir a dívida pública direta do Estado e a dívida das entidades do sector público empresarial. O IGCP, que contratou agora uma consultora para a renegociação dos contratos "swap", tinha aprovado os contratos "exóticos" da Refer – o que levou o primeiro-ministro Passos Coelho a dizer, há duas semanas, que Maria Luís Albuquerque não tinha assinado contratos tóxicos na Refer, visto que o IGCP não os avaliara como tal.
A polémica, que agora herda na passagem para ministra das Finanças, ainda não terminou.Maria Luís Albuquerque tomará posse amanhã.
Nascida em 1967, em Braga, é casada com um jornalista da área económica e tem três filhos. Licenciou-se em Economia na Universidade Lusíada de Lisboa em 1991 e é mestre em Economia Monetária e Financeira pelo Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa desde 1997.
Foi técnica superior na Direção-Geral do Tesouro e Finanças entre 1996 e 1999, técnica superior do Gabinete de Estudos e Prospetiva Económica do Ministério da Economia entre 1999 e 2001, desempenhou funções de assessora do Secretário de Estado do Tesouro e das Finanças em 2001, foi Diretora do Departamento de Gestão Financeira da Refer entre 2001 e 2007 e coordenou o Núcleo de Emissões e Mercados do Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público entre 2007 e 2011.
Foi docente na Universidade Lusíada de Lisboa, no Instituto Superior de Economia e Gestão e no polo de Setúbal da Universidade Moderna entre 1991 e 2006.
Em: http://www.dinheirovivo.pt/Economia/Artigo/CIECO193476.html?page=0
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