Avançar para o conteúdo principal

Casa assaltada e polícia prende a vítima

JOSÉ EDUARDO MARTINS DETIDO POR NÃO TER TESTEMUNHADO ASSALTO À PRÓPRIA CASA

O ex-secretário de Estado e ex-deputado do PSD José Eduardo Martins foi detido, na passada quinta-feira, por ter faltado a uma diligência, numa esquadra de Lisboa, no âmbito de uma queixa que o próprio apresentou por assalto à sua casa.

O relato do caso foi tornado público pelo próprio José Eduardo Martins, num artigo de opinião publicado no Jornal de Negócios.

No texto, o ex-secretário de Estado, advogado de formação, conta que no passado 18 de Dezembro, deveria ter ido a uma esquadra de Lisboa, confirmar as suas declarações como testemunha depois de ter apresentado queixa por um assalto a uma residência que possui no concelho de Grândola.

José Eduardo Martins explica que a casa em causa se situa numa zona isolada e que já foi assaltada por quatro vezes, sem que tenham alguma vez sido encontrados os culpados.

Também refere que só voltou a apresentar queixa por causa do seguro e justifica que faltou à diligência por se encontrar de férias naquela data e se ter esquecido - até que na quarta-feira passada, foi notificado a pagar uma multa de 204 euros por essa falta.

No dia seguinte, segundo o ex-deputado, dois agentes da polícia à paisana o foram buscar a casa para o levar para a esquadra, onde recebeu ordem de detenção e onde ficou na mesma cela que albergou José Sócrates, segundo lhe disseram.

Assumindo que há legislação para deter quem faltar ao seu dever de testemunhar no âmbito de qualquer caso, o ex-secretário de Estado fala contudo, no desrespeito pelos “princípios constitucionais, de adequação ou proporcionalidade”.

“Justiça é tentar capturar os ladrões, não é deter as vítimas”, lamenta José Eduardo Martins em declarações ao jornal Expresso.

“A magistrada [que determinou a sua detenção] faz isto automaticamente, não lê [sequer o processo], tanto faz que fosse uma testemunha da Operação Furacão como alguém que apresentara queixa por ter sido roubado”, desabafa ainda o ex-deputado do PSD.

“Não é só a Justiça que é cega, mas sobretudo a sua mecânica, que além de cega é burra, ofensiva mesmo“, escreve ainda José Eduardo Martins no artigo de opinião no Jornal de Negócios, onde lamenta que, “ao fim do quarto assalto à mesma casa, o único detido é o proprietário denunciante”.


Em: http://zap.aeiou.pt/jose-eduardo-martins-foi-detido-por-nao-ter-testemunhado-assalto-propria-casa-99914

Comentários

Notícias mais vistas:

Diarreia legislativa

© DR  As mais de 150 alterações ao Código do Trabalho, no âmbito da Agenda para o Trabalho Digno, foram aprovadas esta sexta-feira pelo Parlamento, em votação final. O texto global apenas contou com os votos favoráveis da maioria absoluta socialista. PCP, BE e IL votaram contra, PSD, Chega, Livre e PAN abstiveram-se. Esta diarréia legislativa não só "passaram ao lado da concertação Social", como também "terão um profundo impacto negativo na competitividade das empresas nacionais, caso venham a ser implementadas Patrões vão falar com Marcelo para travar Agenda para o Trabalho Digno (dinheirovivo.pt)

Armazenamento holográfico

 Esta técnica de armazenamento de alta capacidade pode ser uma das respostas para a crescente produção de dados a nível mundial Quando pensa em hologramas provavelmente associa o conceito a uma forma futurista de comunicação e que irá permitir uma maior proximidade entre pessoas através da internet. Mas o conceito de holograma (que na prática é uma técnica de registo de padrões de interferência de luz) permite que seja explorado noutros segmentos, como o do armazenamento de dados de alta capacidade. A ideia de criar unidades de armazenamento holográficas não é nova – o conceito surgiu na década de 1960 –, mas está a ganhar nova vida graças aos avanços tecnológicos feitos em áreas como os sensores de imagem, lasers e algoritmos de Inteligência Artificial. Como se guardam dados num holograma? Primeiro, a informação que queremos preservar é codificada numa imagem 2D. Depois, é emitido um raio laser que é passado por um divisor, que cria um feixe de referência (no seu estado original) ...

Os professores

 As últimas semanas têm sido agitadas nas escolas do ensino público, fruto das diversas greves desencadeadas por uma percentagem bastante elevada da classe de docentes. Várias têm sido as causas da contestação, nomeadamente o congelamento do tempo de serviço, o sistema de quotas para progressão na carreira e a baixa remuneração, mas há uma que é particularmente grave e sintomática da descredibilização do ensino pelo qual o Estado é o primeiro responsável, e que tem a ver com a gradual falta de autoridade dos professores. A minha geração cresceu a ter no professor uma referência, respeitando-o e temendo-o, consciente de que os nossos deslizes, tanto ao nível do estudo como do comportamento, teriam consequências bem gravosas na nossa progressão nos anos escolares. Hoje, os alunos, numa maioria demasiado considerável, não evidenciam qualquer tipo de respeito e deferência pelo seu professor e não acatam a sua autoridade, enfrentando-o sem nenhum receio. Esta realidade é uma das princip...