Avançar para o conteúdo principal

Como uma entrevista matou João Rendeiro



João Rendeiro, após ser acusado de irregularidades no banco que fundou e presidia, o BPP, fugiu, não para um país que não tivesse acordo de extradição com Portugal mas para África do Sul onde tinha negócios.

Acreditando na privacidade concedida por uma VPN, deu uma entrevista à CNN Portugal (TVI), via VPN.

A partir dessa entrevista as autoridades portuguesas identificaram a localização de João Rendeiro que nunca acreditou que as autoridades sul-africanas o prendessem pois considerava as acusações infundadas e não graves ao ponto de dar prisão.

No entanto João Rendeiro foi preso e, não acreditando na justiça portuguesa, recusou a extradição para Portugal acreditando que seria libertado, o tempo foi passando e ele teve de viver numa das piores prisões do mundo acabando por ter uma depressão que o levou ao suicídio.

Portanto, acreditando no anonimato duma VPN, deu uma entrevista que o levou à morte.


Este foi o meu comentário, agora o artigo da Leak:


A falsa proteção da VPN: IPTV pode pôr-te na mira das autoridades



 Durante anos, muitas pessoas acreditaram que a VPN era a solução mágica para navegar em segurança, manter o anonimato e até aceder a serviços bloqueados, como plataformas de IPTV ilegal. Mas a realidade está a mudar e rapidamente. Governos, operadoras e empresas de entretenimento estão cada vez mais atentos, e aquilo que parecia uma barreira impenetrável afinal pode ser apenas um escudo de papel. Se achas que a VPN te torna invisível quando usas IPTV, está na hora de conheceres a verdade.


VPN: proteção ou ilusão?

Uma VPN (Virtual Private Network) funciona redirecionando o teu tráfego por um servidor seguro, escondendo o teu IP real e mostrando ao mundo um IP diferente.


Na prática, dá-te duas vantagens principais:


Anonimato parcial, porque o teu IP original não aparece.

Acesso a conteúdos bloqueados, como sites restritos por região ou serviços de streaming não disponíveis em Portugal.

Mas há um detalhe que quase ninguém lembra: a VPN não esconde o facto de que estás a usar uma VPN. Ou seja, a tua identidade pode até estar mascarada, mas o comportamento levanta suspeitas de imediato.


IPTV ilegal jogos, iptv: nos dias em que dá futebol pode haver bloqueios à internet


Como as autoridades detetam VPNs

Listas de IPs conhecidos


A maioria das VPNs usa “pools” de endereços partilhados. Milhares de utilizadores ligam-se ao mesmo servidor e navegam com o mesmo IP. Isto facilita a criação de listas de IPs associados a VPNs.


Resultado: basta acederes a um site ou serviço de IPTV através de um destes IPs para seres automaticamente marcado como “suspeito”.


Comportamento anómalo


As operadoras e entidades reguladoras analisam padrões de tráfego. Se um mesmo IP serve centenas de acessos simultâneos a conteúdos protegidos, torna-se fácil perceber que se está a utilizar para IPTV ilegal.


Conflito de informações


Mesmo com VPN, o teu navegador pode denunciar-te. Cookies, histórico de login e até a configuração regional do dispositivo podem entrar em contradição com a localização virtual da VPN. Isso é suficiente para levantar alertas.


IPTV: o alvo das novas investigações

A perseguição a quem fornece IPTV ilegal não é novidade. Mas nos últimos anos, a pressão tem aumentado também sobre os utilizadores.


Bloqueios progressivos: domínios e servidores IPTV são constantemente bloqueados, obrigando os utilizadores a recorrer a VPNs.


Colaboração internacional: em Portugal e noutros países da União Europeia, há cooperação entre operadoras e autoridades para identificar acessos suspeitos.


Casos de multas a clientes: já foram reportadas situações em que não só os fornecedores, mas também clientes foram alvo de processos, após serem rastreados digitalmente.


Em resumo: a simples utilização de IPTV, mesmo com VPN, pode deixar-te na lista de monitorização.


Os perigos escondidos no uso da VPN

cuidado a comprar estas coisas se estiver ligado a uma vpn


Muitos acreditam que a VPN é sinónimo de invisibilidade. Mas há falhas que expõem o utilizador em segundos:


DNS leaks: falhas de configuração que revelam o IP real ao consultar endereços online.


WebRTC: tecnologia usada por browsers como Chrome ou Firefox que pode ignorar a VPN e mostrar o IP verdadeiro.


Killswitch falhado: se a ligação à VPN cair e o killswitch não funcionar, o tráfego segue pelo IP real — deixando rasto.


Pagamentos rastreáveis: mesmo que uses VPN, se pagaste por IPTV via cartão, MB Way ou outro método identificado, já deixaste um rasto direto até ti.


Porque a VPN pode ser a tua denúncia

Ironicamente, aquilo que muitos acreditam que os protege pode ser exatamente o que os denuncia.


Autoridades e operadoras sabem que os maiores utilizadores de VPN são:


Quem tenta aceder a conteúdos bloqueados por região.

Procura esconder hábitos de consumo, como IPTV.

Querem contornar restrições impostas pelo próprio ISP.

Ao usar VPN, colocas-te num grupo específico que é alvo prioritário de monitorização. Não interessa se o teu IP real está escondido: o simples facto de estares ligado a uma VPN levanta a bandeira vermelha.


A falsa sensação de segurança

Tal como o truque do espelho num estacionamento distrai condutores e cria uma armadilha perfeita para assaltos, a VPN pode dar-te uma falsa sensação de segurança. Pensas que estás protegido, mas na verdade o escudo é frágil.


Podes estar a ser monitorizado mesmo sem saber.


Os teus padrões de navegação podem denunciar-te.


E se usares IPTV, estás a expor-te ainda mais a investigações.

A perseguição a utilizadores de IPTV ilegal está a aumentar, e a VPN não é o escudo invencível que muitos acreditam. Ela pode esconder o teu IP real, mas não apaga os sinais que denunciam o uso de VPN, nem elimina as falhas que podem expor-te em segundos.


Usar IPTV com VPN assemelha-se a tentar esconderes-te atrás de um vidro fosco: parece que ninguém te vê, mas basta um olhar mais atento para seres identificado.


Precisamos dos nossos leitores. Segue a Leak no Google Notícias e no MSN Portugal. Podes também receber as notícias do teu e-mail. Carrega aqui para te registares É grátis!


A falsa proteção da VPN: IPTV pode pôr-te na mira das autoridades | Leak


Comentários

Notícias mais vistas:

Diarreia legislativa

© DR  As mais de 150 alterações ao Código do Trabalho, no âmbito da Agenda para o Trabalho Digno, foram aprovadas esta sexta-feira pelo Parlamento, em votação final. O texto global apenas contou com os votos favoráveis da maioria absoluta socialista. PCP, BE e IL votaram contra, PSD, Chega, Livre e PAN abstiveram-se. Esta diarréia legislativa não só "passaram ao lado da concertação Social", como também "terão um profundo impacto negativo na competitividade das empresas nacionais, caso venham a ser implementadas Patrões vão falar com Marcelo para travar Agenda para o Trabalho Digno (dinheirovivo.pt)

As obras "faraónicas" e os contratos públicos

  Apesar da instabilidade dos mercados financeiros internacionais, e das dúvidas sobre a sustentabilidade da economia portuguesa em cenário de quase estagnação na Europa, o Governo mantém na agenda um mega pacote de obras faraónicas.  A obra que vai ficar mais cara ao país é, precisamente, a da construção de uma nova rede de alta velocidade ferroviária cujos contornos não se entendem, a não ser que seja para encher os bolsos a alguns à custa do contribuinte e da competitividade. Veja o vídeo e saiba tudo em: As obras "faraónicas" e os contratos públicos - SIC Notícias

Franceses prometem investir "dezenas de milhões" na indústria naval nacional se a marinha portuguesa comprar fragatas

  Se Portugal optar pelas fragatas francesas de nova geração, a construtora compromete-se a investir dezenas de milhões de euros na modernização do Arsenal do Alfeite e a canalizar uma fatia relevante do contrato diretamente para a economia e indústria nacional, exatamente uma das prioridades já assumidas pelo ministro da Defesa, Nuno Melo Intensifica-se a "luta" entre empresas de defesa para fornecer a próxima geração de fragatas da marinha portuguesa. A empresa francesa Naval Group anunciou esta terça-feira um plano que promete transformar a indústria naval nacional com o investimento de "dezenas de milhões de euros" para criar um  hub  industrial no Alfeite, caso o governo português opter por comprar as fragatas de nova geração do fabricante francês. "O Naval Group apresentou às autoridades portuguesas uma proposta para investir os montantes necessários, estimados em dezenas de milhões de euros, para modernizar o Arsenal do Alfeite e criar um polo industrial...