Avançar para o conteúdo principal

Estado obriga Vimeca a fornecer passe social apesar de não lhe pagar há vários anos.

Governo obriga Vimeca a dispensar passe ao preço atual

Sérgio Monteiro diz que tal acontece «se não houver acordo»

O secretário de Estado dos Transportes adiantou que o Governo publicará ainda esta quarta-feira uma portaria que obriga a transportadora Vimeca a dispensar o passe L ao preço atual, se esta não chegar entretanto a acordo com o Governo.

«Se não for possível chegar a acordo até ao final do dia de hoje, hoje mesmo será publicada uma portaria que obriga a que a Vimeca continue a dispensar o Passe L [sistema de passe social que opera na Grande Lisboa] ao preço que hoje o mesmo passe é dispensado», disse Sérgio Monteiro, em conferência de imprensa.

O secretário de Estado disse contudo que acredita num acordo com a Vimeca até «ao último minuto» e frisou que «as linhas de diálogo e de acordo mantêm-se abertas até ao final do dia de hoje e também depois».

«Não me parece ser mais difícil de atingir um acordo com a Vimeca do que com os outros operadores. Os outros operadores que já chegaram a acordo com o Estado, através da Autoridade Metropolitana de Transportes, perdem em valores absolutos muitíssimo mais que a Vimeca», disse, dando o exemplo da Rodoviária de Lisboa e da Transportes Sul do Tejo, que perdem cerca de 6 milhões de euros por ano, «para benefício dos operadores públicos, sendo o Metro de Lisboa o mais beneficiado».

Sérgio Monteiro exemplificou que já foram formalmente apresentadas «mais de 12 propostas de acordo, enviadas pela Autoridade Metropolitana de Transporte para a Vimeca e outros operadores».

«Quando entendemos que nenhum operador pode sair de um sistema, que é global e deve servir todos, até que haja uma discussão pública aprofundada sobre que sistema deve substituir o Passe L, temos a exclusiva preocupação de ser justos na repartição de receita», disse o governante, acrescentando que o Governo «não pode permitir que a partir de 1 de agosto os utentes sejam prejudicados».

O responsável explicou ainda que a proposta da Vimeca, de sair da oferta integrada de todos os operadores a preço reduzido e de oferecer apenas o seu serviço em conjunto com os operadores públicos, «afetaria potencialmente 700 mil pessoas em 35 freguesias e diretamente 17 mil pessoas que utilizam títulos vendidos ou os seus combinados» por aquela empresa.

Já na quarta-feira, o presidente da rodoviária Vimeca acusou o secretário de Estado dos Transportes de «má-fé» por recusar a proposta da empresa para integrar o passe navegante, obrigando a transportadora a terminar definitivamente com os passes sociais.

Em declarações à agência Lusa, Fernando César explicou que, desde dezembro, ocasião em que decidiu abandonar o sistema do passe social, que está em negociações com o Governo para uma alternativa que não prejudicasse a empresa nem os utentes.

«A Vimeca [que opera na Grande Lisboa], no decorrer desta situação, conversou com a Secretaria de Estado [dos Transportes] e começou a ter negociações com a CP, Metro e Carris para criar o passe navegante que abrange as quatro operadoras. Já estávamos no final de assinatura de protocolo, e aí íamos realmente oferecer um serviço de mobilidade fantástica e com preços mais baixos, mas o senhor secretário de Estado não permitiu que as empresas públicas concretizassem esse passe connosco», relatou.

O presidente da administração da Vimeca acusou ainda o governante de ter adotado uma estratégia para obrigar a transportadora privada a permanecer no sistema de passe social.

Fernando César sublinhou que, todos os meses, a Vimeca tinha de entregar parte das suas receitas a outras operadoras, somando-se já, desde 2011, 7 milhões de euros em dívida por parte do Estado.

Na passada quinta-feira, o Governo aprovou, em reunião do Conselho de Ministros, o pagamento de 21,8 milhões de euros em dívida, relativos a 2011, 2012 e 2013, às transportadoras Rodoviária de Lisboa (RL) e Transportes Sul do Tejo (TST) para manter os passes intermodais, excluindo a Vimeca do acordo.


Em: http://www.tvi24.iol.pt/503/economia---dinheiro-pessoal/vimeca-passe-social/1475709-6378.html

Comentários

Notícias mais vistas:

Constância e Caima

  Fomos visitar Luís Vaz de Camões a Constância, ver a foz do Zêzere, e descobrimos que do outro lado do arvoredo estava escondida a Caima, Indústria de Celulose. https://www.youtube.com/watch?v=w4L07iwnI0M&list=PL7htBtEOa_bqy09z5TK-EW_D447F0qH1L&index=16

"Bolsa tem risco, depósitos têm certeza de perda"

Maria Luís Albuquerque, comissária europeia para Serviços Financeiros e União de Poupança e Investimento, diz ser "indispensável" mobilização da poupança privada para financiar prioridades europeias.  É “indispensável” que haja na Europa uma “mobilização da poupança privada – que tem volumes significativos” – para financiar as “prioridades” europeias, porque, defende Maria Luís Albuquerque, comissária europeia, os “orçamentos públicos não serão suficientes“. A ex-ministra das Finanças, que na Comissão Europeia recebeu a pasta dos Serviços Financeiros e a União da Poupança e do Investimento, assinala que, sobretudo no contexto geopolítico atual, têm de ser dadas condições ao cidadãos para investirem mais nos mercados de capitais – porque “investir nos mercados de capitais tem risco de perda, aplicar poupanças em depósitos a prazo tem tido certeza de perda“. As declarações de Maria Luís Albuquerque foram feitas num evento anual da CMVM, o supervisor do mercado de capitais portu...

Foram necessários 250 anos para construir o que Trump está a tentar destruir

Os esforços do presidente Donald Trump para reformular o governo federal o máximo possível e o mais rapidamente possível destruiriam agências que existem há décadas ou mais. Os seus planos mais amplos reformulariam elementos da infraestrutura governamental que existem há séculos. De Benjamin Franklin a John F. Kennedy e de Richard Nixon a Barack Obama, foi necessária toda a história dos Estados Unidos para construir parte do que Trump tem falado em tentar destruir, privatizar ou reformular. E isso sem contar as reformas que ele está a planear para programas de segurança social, como a  Previdência Social  e o Medicare,  que ele afirma , sem provas, estarem  cheios de fraudes , mas que também estão em caminhos objetivamente  insustentáveis . Serviço Postal dos EUA Estes dois selos postais dos Estados Unidos, com as imagens de Benjamin Franklin e George Washington, entraram em vigor a 1 de julho de 1847.  (Museu Postal Nacional Smithsonian) Fundado em 1775 Os...